Como se não tivesse mais problemas com que se preocupar – a súbita necessidade de arranjar um piloto para o lugar de Nico Rosberg (com Wehrlein cada vez em melhor posição!) –, a Mercedes debate-se agora com difíceis negociações para manter Paddy Lowe na liderança da parte técnica.
Segundo as últimas notícias vindas hoje a lume, estará difícil um acordo entre a equipa tricampeã do Mundo e Lowe para o prolongamento do contrato, para mais depois de uma outra equipa se ter metido pelo meio com uma oferta atractiva. Surpreendentemente, contudo, e ao contrário do que se falou ao longo de vários meses, nem será a Ferrari, mas uma escuderia britânica, eventualmente a Williams, onde Paddy Lowe começou a sua carreira: foi um dos cérebros por trás do célebre sistema de suspensão activa que valeu os dominadores títulos mundiais a Mansell (1992) e Prost (1993).
Não descartando a veracidade da notícia, temos sempre de colocar a hipótese desta «crise» ser uma «manobra de diversão» para desviar as atenções do problema-Rosberg. Porque ainda há quatro dias, na festa da revista britânica «Autosport», Paddy Lowe garantia: «Há 22 que estou com a Mercedes, trabalhando com eles ou para eles. Não vejo porque haveria de mudar agora. Estou a conversar com o Toto e está tudo a correr muito bem». Ter-se-á passado algo de tão decisivo nestes dias para aquela certeza cair por terra?
Voltemos à notícia do interesse de outras equipas britânicas porque, além da Williams, os rumores também apontam a McLaren que, na verdade, nestes últimos anos não tem tido a figura de um verdadeiro director-técnico que aglutine todos os departamentos. Não esqueçamos ainda outro detalhe: mesmo que Paddy Lowe saia da Mercedes, não poderá, certamente, entrar de imediato noutra escuderia.
O técnico britânico sabe todos os segredos do carro de 2017 e, nestes casos, há sempre um «período de nojo» que se aproximará de um ano. O que significa que Lowe nem poderia supervisionar o projecto do carro de 2018 da sua nova equipa, que começará a ser concebido por volta de Maio do próximo ano…
É, aliás, o que se passa com James Allison, ex-director técnico da Ferrari e que abandonou a Scuderia na fase inicial do Mundial deste ano, já dado como eventual sucessor de Lowe, se este abandonar a Mercedes. Allison regressou a Inglaterra mas não poderá trabalhar em nenhuma equipa de Fórmula 1 antes de Abril do próximo ano, um ano depois de ter saído da Ferrari.