O presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, acompanhou o G.P. da Áustria e fez um ponto da situação geral em relação aos rumores vários que vão correndo pelo «paddock» relativamente aos pilotos da Scuderia para 2018. Porque, recorde-se, tanto Sebasttian Vettel como Kimi Raikkonen terminarão os seus contratos no final desta temporada.
Começando pelo «diz-se diz-se», há dois nomes frequentemente ligados à Ferrari, os de Fernando Alonso e de Max Verstappen. Em relação ao espanhol, Marchionne afastou-o de forma muito clara: «Talvez Alonso tenha exprimido o desejo de regressar à Ferrari, mas não terá uma resposta positiva da nossa parte. Não estamos interessados nos seu serviços», respondeu secamente o italiano.
Já em relação a Verstappen a posição é ligeiramente diferente e Marchionne nunca diz não estar interessado. Apenas que, por agora, não tem qualquer compromisso com o holandês: «Não temos rigorosamente nada assinado com ele, nem contrato nem pré-contrato», assegurou Marchionne. Christian Horner, da Red Bull, também quis deixar as coisas bem claras, afirmando que Verstappen ficará na sua equipa, pelo menos até 2020.
No que respeita a Vettel, Marchionne assume que a decisão de continuar a sua carreira na Scuderia está do lado do alemão, que por ele lhe renova já o contrato: «Fui muito claro com ele acerca desse assunto. Se ele quiser continuar, então prolongaremos o seu contrato. Cabe-lhe a ele decidir». Vettel entrou na Ferrari em 2015 e consta que estará interessado em manter-se na Scuderia… desde que possa ter Kimi Raikkonen a seu lado.
E aí é que a questão se pode complicar, pois Marchionne voltou a implicar com o piloto finlandês, como já fizera logo após o G.P. da China. O presidente da Ferrari continua a achar que Raikkonen não está a dar o máximo de si mesmo… «O Kimi tem de demonstrar um nível mais elevado de implicação, por vezes dá a impressão que está um pouco acomodado e que leva as coisas com alguma ligeireza. Vou ter de conversar com ele».
Este é um dos perigos da Ferrari… quando Marchionne começa a interferir demasiado nas operações do dia-a-dia. Porque qualquer pessoa que saiba ver uma corrida terá percebido facilmente que, neste domingo, Raikkonen foi o grande sacrificado em nome dos interesses da equipa: se tivesse parado quando Hamilton parou talvez tivesse se tivesse mantido à frente do Mercedes; mas a equipa optou por mantê-lo em pista até Bottas parar para ver se Raikkonen o conseguia atrasar, de forma a Vettel ganhar terreno ao líder da corrida. Não só isso foi tarefa impossível para Raikkonen que já ia em 42 voltas com pneus ultramacios, como apenas o deixou com um 5.º lugar com sabor… a nada. Mas daí a dizer-se que está acomodado…