A FIA vai testar a versão da Red Bull da protecção de habitáculo dos Fórmula 1, para comparar os resultados com os obtidos com a estrutura em halo desenvolvida pela Mercedes e testada pela Ferrari, em Barcelona. Um protótipo será sujeito a testes bastante severos, sendo agora visto como uma boa possibilidade de ser adoptado já nos carros de 2017.
«Quando foi apresentado estava num estado muito prematuro, mas a Red Bull fez um trabalho fantástico para o colocar num nível em que está pronto a ser testado», revelou Charlie Whiting, da FIA. «Confesso que não estava à espera mas sucedeu e, por isso, deve ser testado e encarado com seriedade. Caso os resultados sejam bons, a sua introdução para 2017 deve ser posta à discussão na próxima reunião do Grupo Estratégico e da Comissão de F1, a 26 de Abril».
Caso o teste tenha resultados positivos, a estrutura proposta pela Red Bull deverá ser estreada já no G.P. da Rússia, sendo montada num dos carros para fazer uma volta no primeiro treino livre. No fundo, servirá para ter uma reacção do piloto mas, acima de tudo, do público que verá as imagens. Tanto Daniel Ricciardo como Daniil Kvyat já experimentaram esta estrutura no simulador, tendo dado um «feedback» positivo.
O teste consistirá em «disparar» um conjunto roda/pneu, com 20 kg, a 225 km/h contra a estrutura, primeiro de frente e depois num ângulo de 45º. A solução da Red Bull, ao contrário do halo proposto pela Mercedes, inclui uma superfície transparente que deverá ser feita do mesmo tipo de policarbonatos usados nos vidros dos carros do Mundial de Resistência.
Depois deste processo, contudo, muito faltará fazer. Embora a decisão da adopção de um dos sistemas adoptados não tenha de ser tomada até 30 de Abril – até porque os pontos de fixação são os mesmos em ambos –, as equipas querem ter uma resposta o mais rapidamente possível por causa das influências aerodinâmicas bem distintas das duas estruturas. Além disso, no caso do dispositivo da Red Bull, há ainda que esclarecer como é feita a limpeza da superfície transparente da água e, sobretudo, do óleo projectado por outros carros.
Por fim, mesmo sendo adoptado um desenho universal, terá ainda de ser estabelecido se haverá um fornecedor comum ou se serão as equipas a construir os seus dispositivos, seguindo um desenho imposto pela FIA. Uma coisa parece ser certa: é cada vez mais provável que os carros de 2017 adoptem mesmo uma protecção de habitáculo!