Todas as equipas levaram diversas novidades aerodinâmicas para o G.P. da Bélgica, até pelas características da pista de Spa-Francorchamps, a pedir menor apoio aerodinâmico e menor resistência ao ar, mas a Mercedes surpreendeu com uma nova asa traseira que foi definida de várias formas, entre elas como sendo uma… «colher de prata».
Esta asa traseira é caracterizada pelo plano inferior generoso e curvado (compare-se com a usada na Hungria, na foto 3), ficando a parte superior com menor incidência vertical. Um conceito a fazer lembrar uma asa traseira usada, em 2007, pela McLaren quando o seu director técnico era… Paddy Lowe, o actual responsável da equipa campeã do Mundo.
A ideia é de conseguir um compromisso sempre extremamente difícil: por um lado, é verdade que, na maior parte da pista belga, a baixa carga aerodinâmica é vantajosa, para elevada velocidade máxima; por outro, contudo, há uma zona mais sinuosa, entre os «esses» de Les Combes e a curva de Stavelot, que demora cerca de 40 segundos a percorrer e onde se pode perder muito tempo se o carro não estiver suficientemente «colado» ao chão pela força originada pelas asas.
Com esta solução, a equipa campeã pretende que o plano superior, com baixa incidência, provoque o mínimo atrito possível nas zonas mais rápidas mas que, na parte mais lenta e exigente em termos de apoio aerodinâmico, o tal plano inferior em forma de «colher» exerça a força necessária para garantir a capacidade de tracção necessária para, também nesse sector, os Mercedes serem os mais rápidos.
No treino de ontem, pelos vistos, a novidade resultou, pois Rosberg não só fez o melhor tempo sendo rápido nos três sectores, como teve a mais alta velocidade máxima (311,9 km/h), só batido por Sergio Perez (Force India)… por 0,1 km/h!