A Pirelli mostrou-se satisfeita com os ensinamentos recolhidos nos quatro dias realizados com os primeiros protótipos dos pneus que serão usados em 2017. Ferrari e Red Bull contribuíram com carros de 2015, modificados para simularem o maior apoio aerodinâmico que os monolugares do próximo ano terão, de forma a que a marca italiana pudesse estudar as cargas superiores que os pneus, mais largos, irão suportar.
«Este foi apenas o primeiro de muitos passos, mas ainda bem que já começámos o trabalho» referiu Paul Hembery, director desportivo da Pirelli, no final dos quatro dias em que foram percorridas 339 voltas: Vettel e Gutierrez dividiram o trabalho nos dois dias em que a Ferrari rodou com a pista de Fiorano artificialmente molhada; Buemi rodou as duas jornadas da Red Bull, no traçado do Mugello.
Sem que pudessem testar fosse o que fosse para os carros de 2017, ambas as marcas recorreram a pequenos truques para aumentar o apoio aerodinâmico dos seus carros de 2015, com especial destaque para o regresso das saias laterais – prolongamentos até ao chão que tornam quase estanque os pontões laterais dos carros – que já não se viam desde a proibição dos famosos carros-asa e do efeito de solo, no início dos anos 80! A Ferrari fez uma nova asa traseira, mais baixa e larga, colocando também novos elementos por trás da asa dianteira. A Red Bull manteve a asa traseira mas acrescentou-lhe uns perfis a meio para aumentar o apoio. E ambas alargaram o chão dos carros.
«As equipas tinham de seguir uma espécie de um guião na conversão dos carros de 2015 e não é certo que tenham gerado o mesmo apoio aerodinâmico que teremos em 2017», explicou Hembery. «Isso pode ter um grande impacto nos dados recolhidos e é isso que teremos agora de analisar e comparar com as simulações que fizemos, para perceber em que ponto nos encontramos».
Foi, contudo, o início de um trabalho que englobará ainda mais sete sessões de testes, até ao ensaio final, a 29 de Novembro, no Abu Dhabi, com as três equipas envolvidas. A próxima sessão será dupla e ocorrerá, em simultâneo, logo após o G.P. de Itália: a Ferrari estará em Barcelona a 6 e 7 de Setembro, enquanto a Mercedes se estreará neste trabalho, com três dias em Paul Ricard (6, 7 e 8 de Setembro), ambas a trabalharem nos pneus «slick».
É natural que, entretanto, de acordo com as conclusões que a Pirelli tire destes testes, as equipas introduzam algumas peças novas nestes carros para simular ainda mais rigorosamente o nível de apoio aerodinâmico dos carros de 2017. As estimativas iniciais para o custo da adaptação de um carro de 2015 de forma a simular a carga aerodinâmica do próximo ano (números adiantados por Christian Horner) situavam-se nos 1,2 milhões de euros…
