Apesar de o início do Mundial deste ano não lhe estar a correr pelo melhor, a Renault já disse que não irá comprometer a preparação da temporada de 2017, com os seus novos regulamentos técnicos, mesmo que isso a obrigue a passar por um ano discreto em 2016. Nas três primeiras corridas desta temporada, a equipa oficial da Renault ainda não somou qualquer ponto.
Apesar disso, o objectivo maior continua a ser concentrar grande parte dos seus meios no projecto do RS17 que correrá no próximo ano, dando esta época como uma fase de rodagem da equipa e de reaprendizagem do seu papel como construtor a tempo inteiro. A verdade é que, por o negócio da compra da Lotus ter sido concluído tão tarde, já não houve tempo para projectar um carro novo, sendo o Renault RS16, basicamente, um Lotus E23 modernizador e adaptado à utilização do motor francês.
É o próprio Cyril Abiteboul, director da F1 na Renault, quem assume as prioridades bem claras da marca francesa. «Não posso esconder que o G.P. da China não correspondeu às nossas expectativas. O facto é que devemos continuar os nossos esforços para melhorarmos as nossas ‘performances’, mas sem comprometer o nosso potencial para 2017 que é onde estarão as nossas melhores hipóteses de sucesso».
Apesar de tudo, Abiteboul diz-se entusiasmado com os avanços claros feitos a nível do motor, como o provam as prestações dos Red Bull. Diz por isso que a equipa oficial tem ali uma boa base de trabalho: «Poderemos inspirar-nos no trabalho muito sério efectuado a nível do motor para o replicarmos no chassis».
O chefe da Renault na F1 tem um dos principais problemas da equipa bem identificados: «Temos de melhorar a nossa compreensão sobre o funcionamento dos pneus. Constato que, quando andamos pouco à 6.ª feira, isso torna-se um verdadeiro ‘handicap’ no Grande Prémio, foi o que sucedeu na China. As coisas começaram mal [quebra da suspensão do carro de Magnussen no primeiro treino livre] e isso impediu-nos de perceber como funcionavam os pneus. A partir daí, acumularam-se uma série de problemas».