A Renault revelou o seu programa para a Fórmula 1, com o presidente da marca, Carlos Ghosn, a estabelecer um prazo de três anos para a equipa discutir regularmente os lugares do pódio. «A F1 está no centro dos nossos esforços para aumentar a notoriedade da Renault, em especial nos mercados em que a marca está a dar os primeiros passos. Mas é um envolvimento também destinado a promover a transferência de tecnologia da pista para a estrada», referiu Ghosn, mostrando a importância que dá à continuação das motorizações híbridas na F1.
Na cerimónia realizada em Paris, a Renault provocou algum choque ao mostrar um RS16 (na verdade um Lotus E23 de 2015…) predominantemente preto, apenas com ligeiros apontamentos amarelos no interior das asas dianteira e traseira e nos apêndices aerodinâmicos verticais nos flancos. No entanto, esta poderá ser apenas uma decoração para os testes, tendo Jérôme Stoll, presidente da Renault Sport Racing, deixado em aberto a possibilidade de o carro se apresentar com um visual diferente na primeira corrida: «O carro está negro e será assim que estará em Barcelona, dentro de duas semanas. E vê-se como esta decoração é elegante. Será negro em Melbourne? Esperem para ver, mas continuará a ser elegante».
Confirmando o que já tínhamos avançado em relação aos pilotos – Kevin Magnussen no lugar de Pastor Maldonado a fazer equipa com Jolyon Palmer – a marca especificou ainda a estrutura do Renault Sport Formula One Team, começando pelo anúncio de Esteban Ocon como piloto de reserva.
Assim, o chassis RS16 será construído em Enstone, a base inglesa onde eram feitos os Lotus e onde foram feitos os Renault com que Fernando Alonso conquistou os seus dois títulos mundiais, enquanto o motor Renault RE16 continuará a ser feito em França, em Viry-Chatillon. Em Inglaterra, o director técnico será Bob Bell que supervisionará o trabalho de Nick Chester (director técnico do chassis) e Rémi Taffin (director técnico do motor).
Em termos de dirigentes, haverá uma estrutura geral que aglutina todas as actividades desportivas da Renault (Renault Sport Racing), presidida por Jérôme Stoll que será coadjuvado por Ciryl Abiteboul como director-geral. A este reportará Frédéric Vasseur, o director da competição e que deverá liderar a equipa em pista.
Carlos Ghosn mostra-se paciente para este regresso da Renault às pistas enquanto construtor «de corpo inteiro», mas obviamente que quer resultados. «Sabemos que partimos com um ‘handicap’ face aos vencedores», declarou durante a cerimónia de apresentação. «Mas penso que temos o conhecimento, a vontade e a experiência para recuperarmos esse atraso. Poderá levar algum tempo mas vamos lá chegar. Não vamos participar apenas para fazer de figurantes, estaremos lá para ganhar. Mas isso dificilmente sucederá em 2016, é inútil acreditar em milagres!».