Passara já tanto tempo sobre o anúncio da Carta de Intenções para a compra da participação maioritária na Lotus, em Setembro, que os rumores começavam a ser insistentes acerca dos reais propósitos da Renault em relação à sua continuidade na Fórmula 1. Mas os últimos contratos foram ontem assinados, com o presidente da marca francesa, Carlos Ghosn, a anunciar formalmente o regresso da Renault como equipa oficial à Fórmula 1, já em 2016.
«A Renault tinha duas opções: voltar a 100% ou abandonar por completo. Após uma análise detalhada, tomei a decisão: a Renault estará presente na Fórmula 1 a partir de 2016», anunciou Ghosn, através de um comunicado. «Os últimos elementos recebido das parte dos principais actores da F1 permitem-nos avançar com confiança para este novo desafio. A nossa ambição é vencer, mesmo se temos a razoabilidade de saber que isso poderá demorar algum tempo».
A marca justificou esta opção pelo maior retorno que os sucessos dão a um construtor e que um simples fornecedor de motores nunca consegue retirar dos seus avultados investimentos. A Renault volta, assim, a controlar a infraestrutura de Enstone (Inglaterra), onde construiu os carros com que foi campeã do Mundo em 2005 e 6, com Fernando Alonso.
A Renault anunciou ainda que só em Janeiro divulgará mais detalhes sobre esta operação… mas já se sabe que, nos próximos dias, hão-de começar a surgir os habituais rumores em torno de nomes para liderar a equipa – Cyril Abiteboul, Alain Prost, Frédéric Vasseur? –, as cores do carro – volta o amarelo, o azul e amarelo ou mantém-se o preto e dourado – e muitos outros assuntos. Certo é que os pilotos serão Pastor Maldonado e Jolyon Palmer.
Embora esteja presente na F1 há quase quatro décadas, só em 19 anos a Renault participou enquanto equipa construtora: na sua estreia, em 1977 e até 1985, com um vice-campeonato para Alain Prost, batido por Piquet por dois pontos; e de 2002 a 2011, com os dois títulos mundiais de Alonso, em 2005 e 2006.