A Renault quer afirmar-se, até ao final do ano, como a quinta força do Mundial de Fórmula 1 e está a fazer um grande esforço em todas as áreas para conseguir ganhar os lugares à Haas, Toro Rosso e Williams que se encontram à sua frente. Importantes evoluções do motor, continuação da progressão do chassis, depois da estreia de um importante desenvolvimento em Silverstone e o crescimento da própria sede da equipa em Enstone e respectiva força de trabalho, tudo está a acontecer em simultâneo!
No imediato, além da continuação da evolução do chassis e da aerodinâmica, destaca.se o esforço feito para levar evoluções importantes a nível do motor para pistas em que a potência é tão importante como Spa e Monza. «Teremos evoluções ao nível do ‘hardware’ e do ‘software’», referiu Rémi Taffin, director técnico dos motores franceses. «Encaramos Monza como a nossa referência porque é onde teremos uma imagem clara do ‘ranking’ dos motores. Os próximos dois circuitos são muito ‘gulosos’ por potência, pelo que conseguir entrar no ‘top-10’ será um excelente resultado».
Não serão alterações de grande monta porque essas, já se sabe, só aparecerão em 2018. Agora, a Renault está a avançar lentamente no aumento dos cavalos disponíveis, depois de ter domado a parte da fiabilidade do grupo propulsor deste ano que contém alguns conceitos diferentes dos de 2016. «Depois de Monza ainda teremos mais corridas e mais novidades para estrear, os próximos dois meses serão importantes para o resultado da nossa temporada. «Sabemos que não somos os mais rápidos do pelotão mas, nas qualificações das últimas duas corridas, mostrámos que estamos atrás do trio da frente».
Essa evolução repentina deveu-se à estreia, em Silverstone, de uma radical evolução no R.S. 17 que se baseou, essencialmente, num novo fundo plano que modificou por completo, e para melhor, o comportamento do carro. «Foi uma alteração tão drástica no conceito global do carro que, de certa forma, até nos obrigou quase a parar o seu desenvolvimento», contou o director geral da Renault Sport, Cyril Abiteboul.
«Porque esse componente abriu-nos todo um novo caminho de evolução, desde a frente do carro, à zona central com novos painéis laterais e também à traseira. Agora que essa parte está feita, temos muito mais evoluções a chegar, o que acontecerá ao longo das próximas corridas», referiu Abiteboul. É, mal comparado, como se a base do carro tivesse mudado e, a partir daí, se pudessem «encaixar» novas e mais eficientes peças.
E eis que surge um novo problema ao Renault F1 Team nesta sua segunda época: o departamento aerodinâmico está a trabalhar a tal velocidade e a produzir uma quantidade de evoluções… que a parte da produção não consegue acompanhar o ritmo! Ou seja, aquele que era um plano a cinco anos para voltar ao topo da F1 vê-se, ao fim de menos de dois, confrontado com falta de pessoas e de instalações, apesar das contratações entretanto feitas e da ampliação da base de Enstone… O que obrigará a equipa francesa a continuar a crescer.
«Temos de aumentar bastante a área técnica e de engenharia», revelou recentemente Abiteboul ao site «Motorsport». «E o que tem de acontecer agora é conseguir um crescimento compatível com o potencial de engenharia que temos – como o departamento de ‘design’ para produção onde começamos a ser demasiado pequenos e quase atrasamos o que o departamento de aerodinâmica é capaz de produzir».
Contudo, o responsável da equipa francesa quer que esta cresça de uma forma sustentada, à medida das necessidades e recusa-se a entrar por números semelhantes aos da Mercedes ou Ferrari… «Teremos de crescer mas de maneira controlada porque, sinceramente, não quero que esta equipa se transforme num grupo de 800-900 pessoas, acho que não faz sentido. A certa altura, estes desporto vai ter de fazer algo em relação a isso e essa dimensão não é sensata», disse Abiteboul que lidera actualmente uma equipa (só a parte do chassis, em Enstone) ligeiramente abaixo das 600 pessoas.
«Em termos de estratégia a longo prazo penso que um número razoável andará em torno das 650 pessoas, mas as nossas estimativas para o próximo ano já superam um pouco esse número…», concluiu o responsável do Renault F1 Team. Que, além de pessoas, também terá de ampliar as instalações de Enstone para as acolher e arranjar mais áreas técnicas. Ao mesmo tempo, tem de aumentar a competitividade do seu conjunto porque, em 2018, o objectivo já passa por visitas regulares aos pódios!