Chegados a Maio, por estranho que possa parece por ainda estarmos numa fase tão prematura da temporada de 2017, há equipas que começam já a pensar no carro do próximo ano, em princípio o R.S. 18. A Renault assume que já virou parte dos seus meios para o projecto do monolugar de 2018, com que pretende surpreender a hierarquia actual da Fórmula 1. Porque, afinal, se este ano começa a afirmar-se no pelotão do meio (pelo menos com Hulkenberg…), para a próxima temporada o objectivo confesso é lutar pelos lugares do pódio.
«É importante progredirmos passo a passo e, de acordo com os nossos planos, temos de começar a lutar pelos pódios no próximo ano», explicou o director da Renault Sport Racing, Cyril Abiteboul. «Se analisarmos agora, a nossa desvantagem ainda é grande, mas é para a recuperar que a nossa equipa trabalha dia e noite».
Abiteboul mantém a calendarização inicial do projecto do regresso da Renault à F1 enquanto construtor de «corpo inteiro»: «Queremos visar os pódios no próximo ano, para lutarmos por vitórias em 2019 e, por fim, sermos pretendentes ao título em 2020. Sabemos que é um plano ambicioso mas é para isso que trabalhamos».
Daí as enormes esperanças que deposita no salto qualitativo que promete para o próximo ano. Não por um qualquer acto de fé, mas por factos concretos: «O carro de 2018 será o primeiro projectado e construído com todo o potencial dos meios que colocámos à disposição da equipa em Enstone, nestes últimos meses. Já começámos a elaborar os projectos do carro do próximo ano e estamos convictos de que iremos criar uma surpresa. Mas da teoria à prática há ainda uma distância que teremos de ultrapassar…», concluiu Abiteboul.
No que se refere ao ano em curso, a Renault avança com mil cautelas na evolução do seu motor. Já percebeu como consegue ganhar os cavalos de que precisa para recuperar a desvantagem para os Mercedes e Ferrari, mas quer jogar pelo seguro em termos de fiabilidade. Decidiu, por isso, adiar a estreia da nova versão do motor só para as provas anteriores à pausa de Verão, em vez ser já no Mónaco ou Canadá, como inicialmente previsto.
Aparentemente é um adiamento enorme, de cerca de dois meses, mas há uma razão para isso, ligada à programação da montagem das unidades motrizes: no Mónaco, em princípio, deverão se montadas as segundas unidades do ano, das quatro permitidas; ora, para introduzir uma nova versão, a Renault terá de aguardar pela montagem da terceira unidade motriz, apenas prevista para os Grandes Prémios da Grã-Bretanha ou Hungria. Até lá, vai continuando os testes em banco de ensaios, melhorando a fiabilidade do seu grupo propulsor.