A temporada de 2016, com todas as contingências de um começo atribulado, deixou promessas suficientes para a Renault olhar para o próximo ano com optimismo e até com um objectivo que muitos considerarão demasiado ambicioso ou até aparentemente impossível de atingir: a marca francesa quer passar a ser a referência entre os motores de Fórmula 1!
«Se analisarmos de forma ‘crua’, 2016 nem foi uma época assim tão má para a nossa equipa» explica Cyril Abiteboul, director-geral da Renault Sport F1. «Foi o ano do regresso e ninguém esperava que estivéssemos a um nível elevado. Mas o que foi verdadeiramente extraordinário foi o progresso que conseguimos do lado do motor! Passámos de uma situação de pouca fiabilidade para o motor mais fiável do pelotão! Ainda não estamos na frente em termos de ‘performances’, mas temos ainda passos significativos para dar, de forma a termos o melhor motor da F1 em 2018».
Esta pode ser uma boa notícia… para a Red Bull, caso a própria Renault também não evolua do lado do chassis, mas Abiteboul avisa que em Enstone (Inglaterra) se está a trabalhar muito nesse aspecto: «Com o novo regulamento, no capítulo do chassis tudo está em aberto. Além do progresso que esperamos conseguir, temos uma dupla de pilotos em que confiamos muito, nomeadamente com a chegada do Nico Hulkenberg. Estamos encantados em poder contar com ele para poder levar a equipa na boa direcção, com toda a sua experiência».
A nova regulamentação poderá implicar movimentações na relação de forças que conhecemos até aqui – embora o mais natural seja que os «grandes» continuem «grandes»… – que Abiteboul evita fazer qualquer tipo de prognósticos relativamente à próxima temporada. «A única coisa que me parece certa é que este novo regulamento vai criar algumas surpresas», diz o francês que está à frente do programa de F1 da Renault Sport.
Mostrando-se esperançado em que a equipa Renault seja uma das surpresas positivas, Abiteboul prefere, contudo, jogar à defesa: «Não sei ainda o que deva esperar. O melhor será recolocar no zero tudo aquilo que julgamos saber sobre a Fórmula 1 e esperar pelo primeiro Grande Prémio, em Melbourne, para não termos surpresas desagradáveis». Não será necessário, certamente, ser tão defensivo, pois os oito dias de testes em Barcelona, entre o final de Fevereiro e meados de Março, já darão uma ideia algo concreta do equilíbrio de forças.