A direcção da equipa Mercedes reuniu-se com Lewis Hamilton e Nico Rosberg no «quartel-general» de Brackley (Inglaterra), na véspera do arranque de mais um fim-de-semana de Grande Prémio, o da Grã-Bretanha, e a decisão foi tomada: os pilotos continuarão a ser livres de se baterem entre eles mas terão de respeitar regras mais duras e restritas, aparentemente clarificadas para todos. E ao primeiro incidente… ordens de equipa!
A Mercedes emitiu um comunicado para dar uma satisfação aos fãs da Fórmula 1 mas que, no fundo, acaba por pouco esclarecer pois, como é óbvio, não entra em detalhes. Nem quanto ao que se entende por «regras de envolvimento» e muito menos em relação às punições para quem as quebre…
«Esta liberdade vem acompanhada do dever dos nossos pilotos respeitarem os valores da nossa equipa», lê-se no comunicado da Mercedes-AMG. «Nas últimas cinco corridas houve três incidentes que nos custaram mais de 50 pontos no campeonato de Construtores. Reforçámos, por isso, as Regras de Envolvimento para incluírem mais fortes elementos dissuasores de contactos entre os nossos carros. Com isto, confiaremos nos nossos pilotos para gerirem as situações entre eles na pista. Os seus destinos estão nas suas próprias mãos».
Sintomático foi ainda o facto de Niki Lauda, o presidente não executivo da equipa e cujas declarações a uma televisão austríaca foram desmentidas num comunicado da própria Mercedes, não ter estado presente em qualquer das diversas reuniões realizadas!
Embora autorizados a competir um com o outro, Hamilton e Rosberg foram avisados de que a equipa poderá ditar ordens de equipa a qualquer altura como, aliás, já fez este ano: «Os pilotos foram também recordados de que poderemos emitir instruções durante a corrida de forma a proteger a equipa contra potencial perda de pontos, como fizemos no último G.P. do Mónaco, quando o Nico recebeu a instrução para deixar o Lewis passar. E se os pilotos não respeitarem as Regras de Envolvimento, poderemos impor ordens de equipa como medida de último recurso».
Tudo indica que toda esta agitação não terá grande influência na negociação em curso do novo contrato entre a Mercedes e Nico Rosberg. Consta, aliás, que a nova ligação, por mais dois anos, estará já acertada, faltando apenas definir alguns detalhes.