Sim, ele ainda anda e sempre é o campeão do Mundo em título. Lá porque abandonou a Fórmula 1, Nico Rosberg não vai desaparecer nem transformar-se em eremita e, este ano, há-de aparecer em vários Grandes Prémios, até porque aceitou a proposta da Mercedes para assumir o cargo de embaixador da marca. «E porque a F1 continua a ser o meu desporto, o desporto que adoro!», explicou, à margem do Fórum Económico Mundial de Davos (Suíça), onde este ano foi um dos convidados, juntamente com Mika Hakkinen, bicampeão do Mundo de F1.
Começou por revelar que tem apreciado a sua nova liberdade, de finalmente ser dono do seu tempo, explicando que «há mais na vida do que andar às voltas numa pista». «Quero abraçar novos desafios e, de repente, tenho toda esta liberdade», referiu, dando como exemplo um facto tão comezinho como o ter podido voltar a esquiar, algo que não pôde fazer nos últimos 11 anos, devido a cláusulas contratuais!
Quando lhe perguntaram que novos desafios seriam esses, Rosberg não se alargou muito, mas sempre adiantou: «Estou em fase exploratória… As energias renováveis são uma área bastante interessante, com o crescente interesse em torno dos automóveis eléctricos, há inúmeras oportunidades». Também se quer envolver em causas sociais: «Tenho visitado crianças bastante doentes, em especial crianças de uma idade em que já ficam realmente contentes com a minha visita».
Já quanto a rumores sobre um desejo seu de experimentar uma carreira cinematográfica, Rosberg foi mais cauteloso: «Mantenho todos os horizontes em aberto… Sinceramente tenho algumas dúvidas quanto aos meus talentos de actor… Mas se alguém quiser experimentar…».
O campeão do Mundo revelou ter visto o carro da Mercedes para este ano – «o projecto começou há cerca de um ano e, em Novembro, já havia uma maquete em túnel de vento» – e, sem entrar em detalhes, explicou: «Tem, de facto, excelente aspecto e os pilotos vão adorar guiar os novos carros porque vão ser muito mais rápidos. Porque não se trata de uma evolução, é uma revolução, foi partir de uma folha em branco!».
Quando à última época, Rosberg explicou como se tornou mentalmente mais forte para aguentar a luta tremenda que teve de travar com Lewis Hamilton. E que envolveu até um «consultor de jet-lag» para gerir o seu sono ao longo de uma época com 21 corridas, um psicólogo e até o recurso à meditação. A este propósito, Rosberg já tinha revelado que, antes do G.P. do Japão, visitou um mestre zen que lhe passou ensinamento fundamentais.
«Meditação é uma palavra forte e muitas vezes mal interpretada», explicou o alemão. «A forma como a utilizei foi mais direccionada para a concentração e para aprender a controlar melhor a mente, o que de facto se consegue em muito pouco tempo. E também aprender a estar mais atento às emoções e pensamentos, de forma a poder abrandá-los e focar-me em coisas mais positivas. Esse foi, certamente, um dos ingredientes que me permitiu ficar mais forte».