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Saiba o que são os Acordos da Concórdia quando vai ser negociada a 8.ª versão

O novo Acordo da Concórdia, que deverá ser assinado até Dezembro de 2020, será o oitavo da história recente da Fórmula 1. É um documento que reúne todas as partes envolvidas na disciplina, determinando deveres e obrigações de cada uma. Mas, afinal, o que é «essa coisa» dos Acordos da Concórdia? É o que passaremos a explicar e historiar.

Na verdade, aquele «pacto» apenas começou a existir desde que a F1 deixou de ser um campeonato que juntava entusiastas pela competição automóvel ao mais alto nível, para se tornar num negócio de milhões, durando há 36 anos, dos 67 do Mundial. O acordo é celebrado entre a Federação Internacional do Automóvel (FIA – o lado desportivo e tutelar), o Formula One Group (Liberty – a parte comercial e financeira) e as equipas (10 ao todo, os concorrentes).

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Acordo da Concórdia I (1981-1987)

No auge da guerra política entre a FIA e as equipas, que surgiu na sequência da extinção da CSI (Comissão Desportiva Internacional) e na criação da famigerada FISA (Federação Internacional do Desporto Automóvel) presidida por Jean-Marie Ballestre, várias corridas foram canceladas e houve greves de pilotos e equipas. Bernie Ecclestone, que presidia à FOCA (Associação dos Construtores de F1), encetou negociações entre as partes e conseguiu ratificar o primeiro acordo entre todos. Foi quando Ecclestone percebeu o negócio que tinha entre mãos e, no fundo, sendo proprietário da Brabham, se tornou no «Mr. F1»!

Os termos do contrato permaneceram secretos mas, no essencial, sabe-se que a Federação se responsabilizava em garantir a estabilidade nas regras, as equipas em competir em todas as provas, sendo para isso inscritas numa hierarquia de prémios, e uma nova entidade comercial (a Formula One Promotions and Administration, presidida por… Bernie Ecclestone, claro) passava a gerir todos os dinheiros, com o compromisso de deixar todos satisfeitos, dos promotores aos competidores.

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Acordo da Concórdia II (1987-1991)

Escrito em termos semelhantes e mantido em confidencialidade, o novo acordo passou a estabelecer de forma mais clara a forma como as receitas de transmissões televisivas, a cargo da empresa de Bernie Ecclestone, eram transferidas para a FOCA, a Associação dos Construtores.

92Acordo da Concórdia III (1992-1996)

Mantido em termos semelhantes ao anterior, fortaleceu a capacidade negocial de Bernie Ecclestone que, enquanto presidente da FOCA (equipas), geria a receita comercial da FOA (Formula One Administration, também gerida por ele).

97Acordo da Concórdia IV (1997)

O novo acordo previa que a totalidade de receitas comerciais da F1 passasse a ser gerida, em exclusivo, pela Formula One Administration, cessando a FOCA. A concessão das receitas à empresa de Bernie Ecclestone duraria 14 anos. McLaren, Williams e Tyrrell estiveram contra a decisão, entendendo que ela apenas beneficiaria Bernie Ecclestone e enfraqueceria todos os restantes envolvidos nas negociações. O acordo foi assinado com essas três equipas em protesto e só durou um ano…

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Acordo da Concórdia V (1998-2007)

Um novo acordo foi redigido, retirando capacidade negocial a McLaren, Williams e Tyrrell, alegadamente por se recusarem a aceitar as decisões da FIA, de Bernie Ecclestone e da gestão comercial da Fórmula 1. As três equipas ficaram apenas como signatárias e durou dez anos.

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Acordo da Concórdia VI (2009-2012)

O mais complexo de todos os acordos – como o facto de 2008 estar «ausente» deste elenco diacrónico poderia desde logo indiciar. As negociações entre Ecclestone e algumas das equipas começaram logo em 2004, com ameaças de abandono por parte da Ferrari (já então!...), que faltou a algumas reuniões para ratificar o acordo unânime que Bernie Ecclestone pretendia. E que, basicamente, lhe conferia a possibilidade de explorar as receitas comerciais nos mesmos moldes por mais dez anos, a troco de 300 milhões de euros a distribuir por todos.

Durante as épocas de 2005, 2006 e 2007, seguiram-se diferendos entre a parte comercial da Fórmula 1 e equipas como a McLaren, a Jordan/Midland, a Williams, a Red Bull e a BMW/Sauber, que só puderam continuar a competir ao assinarem extensões do anterior acordo. As cinco equipas mencionadas (mais a Ferrari) formaram a nova Formula One Teams Association (FOTA) para, primeiro, assinarem um memorando com os novos donos da F1 (entretanto vendida à CVC Capital Partners) que lhes permitisse competir em 2008 e renegociar contractos durante esse tempo.

Quando finalmente ficou estabelecido o novo acordo, dificultado na unanimidade pelo facto de a BMW estar de saída, devolvendo a Sauber ao seu fundador, Peter Sauber, ficou estabelecido que se criariam plataformas de desenvolvimento das regras no panorama técnico e desportivo.

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Acordo da Concórdia VII (2013-2020)

Talvez o mais pacífico de todos os acordos, do ponto de vista das receitas, da gestão dos prémios e dos pagamentos às equipas, este acordo reforçou o papel histórico da FIA na regulamentação e organização dos campeonatos. Publicamente, Jean Todt congratulou-se pelo acordo e pelo facto de passar a ser parte integrante (e decisiva) das plataformas (ou comissões) de desenvolvimento das componentes técnicas e desportivas da F1.

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