Não passou despercebida a cena entre os dois pilotos da Mercedes, após o G.P. dos Estados Unidos: Rosberg sentado num sofá, Hamilton lança-lhe o seu boné de 2.º classificado e o alemão atira-lho de volta, nem tentando disfarçar o mau humor e a fúria pela manobra que o tinha levado a sair da pista na primeira curva.
Hamilton diz «compreender» a reacção do colega de equipa. «Apenas lhe disse ‘apanha aí’ e o chapéu veio de volta para mim. Mas pensei ‘ok, não há problema’. E passei completamente ao lado do episódio», declarou o novo tricampeão do Mundo.
«Acho que, em vários aspectos, até consigo perceber quão duro deve ser», continuou Hamilton. «Não deve haver pior coisa que ser meu colega de equipa. Calculo que quando se acaba uma corrida daquelas e se está tão desiludido, as emoções são insuportáveis. E não levo nada daquilo a peito. Ao longo destes anos todos já vi o Nico reagir nas mais variadas situações».
De facto, se nas primeiras fotos da festa de Hamilton, Rosberg é um ausente de peso, diga-se em abono de verdade que há imagens da festa em que o alemão já está presente ao lado do seu colega de equipa. E, poucas horas depois, Rosberg foi mesmo um dos grandes animadores da noite de festa da equipa, com actuações memoráveis no concurso de karaoke!
Quanto à necessidade expressa tanto por Toto Wolff como por Niki Lauda de se sentarem com os dois pilotos para analisarem o incidente da primeira curva, que os dirigentes da equipa Mercedes consideraram inaceitável, Hamilton não partilha desse parecer… «Todos têm direito à sua opinião, mas agora também já não interessa muito… Eu ganhei a corrida e sinto-me à vontade com a situação».
E tudo indica que a paz irá voltar à equipa Mercedes já este fim-de-semana. Quando o diário alemão «Bild» contou a Rosberg as declarações de Hamilton – as tais de ser seu colega ser a pior coisa do mundo… –, o alemão foi bem claro na resposta: «Não desejaria ter outro colege de equipa. É o melhor desafio poder bater-me com um dos melhores».