Toto Wolff, director desportivo da Mercedes, diz que os construtores de motores não podem ter uma «abordagem caritativa» ao fornecimento das equipas-cliente e que já perdem dinheiro actualmente. Estes reparos aparecem na sequência da proposta da FIA, pela voz do seu presidente, Jean Todt, de não ir para a frente com o planeado motor de baixo custo feito por um construtor independente, desde que os actuais baixassem os seus preços.
«Nós já perdemos dinheiro de forma substancial do lado dos motores», revelou Wolff. «A questão é quanto mais iremos perder se continuamos a subsidiar esses motores para os nossos parceiros». Que este ano são a Williams, Lotus e Force India. «Eles esperam ter motores competitivos porque estamos num ambiente competitivo e por isso gastamos verbas substanciais para desenvolver esses motores. Nunca ninguém nos perguntou como planeamos reaver esse dinheiro ou se alguém nos poderá ajudar».
Wolff, contudo, aceita ser necessário encontrar pontos de equilíbrio: «Não se pode esperar que um accionista neste desporto tenha uma abordagem caritativa, mas temos de, optimizando a nossa situação, encontrar um compromisso para bem do desporto. A FIA tem toda a legitimidade para tentar convencer os construtores a baixar os preços dos motores, para tornar a vida mais fácil às equipas pequenas».
«Mas, enquanto fabricante de motores, cumprimos os novos regulamentos e desenvolvemos estes motores segundo um modelo de negócio. Portanto, se as premissas mudam, todos os números mudam, daí os interesses divergirem», explica Wolff, antes de concluir: «Para benefício da F1, temos de ter estas conversações».