Luca di Montezemolo revelou, numa entrevista ao diário italiano «La Reppublica», o processo que levou a Ferrari a desistir de Alonso e a apostar, definitivamente, em Vettel, depois de tentativas anteriores para contratar o alemão. O anterior presidente da Ferrari, entretanto substituído por Sergio Marchionne, deu também uns… «beliscões» nos méritos da nova liderança no ressurgimento da Ferrari.
«Sempre apoiei a Ferrari, mas estes êxitos já vêm muito de trás, embora não ponha em causa as qualidades de Marcchione e Arrivabene», disse Di Montezemolo. «Devemos felicitá-los mas, sinceramente, creio que tiveram também alguma sorte. Este ano, tirando os Mercedes, não tiveram outros rivais, a Williams não melhorou, a Red Bull implodiu, a McLaren está em crise… A Ferrari parte para cada corrida com um pódio no bolso».
Não querendo parecer vingativo, contudo, o anterior líder da Scuderia «afinou» o discurso: «A sorte é inútil e se não souberes aproveitá-la da melhor forma. Esse é o mérito da nova direcção, bem como foi a inteligência de não deitarem fora tudo o que tinha sido feito antes de chegarem».
Surpreendente é a revelação de que o proprietário da Red Bull está mesmo a fazer força para que a Audi lhe compre a equipa de F1! «Sei que Mateschitz está a pensar em vender. Comentou com um amigo comum que ou convencia a Audi a entrar na F1 ou que abanonava!».
Quanto à troca de Alonso por Vettel, algo tratado ainda sob o seu «reinado», Di Montezemolo contou todos os detalhes: «A primeira pessoa que me aconselhou a contratar Vettel foi Michael Schumacher, em 2009. Disse-me: ‘o piloto perfeito para ti é o Seb’. Domenicalli queria contratá-lo a todo o custo e levou-o a minha casa, em Bolonha. Vettel apareceu com uma caixa de bombons suíços, já era vice-campeão mas ainda muito miúdo…».
O alemão acabou por ficar na Red Bull onde foi tetracampeão e Di Montezemolo acabou por se desencantar com Alonso, segundo confidenciou ao «La Reppublica»: «Quando percebemos, eu e Marchionne, como Alonso se estava a tornar sombrio e amargo, sempre a desconfiar da equipa, decidimos mudar», contou, revelando que, assim, a Scuderia… ainda poupou muito dinheiro!
«Vettel ganha, certamente, menos do que Alonso nos pediu pela renovação. Além de que ajudou Arrivabene a melhorar o ânimo da equipa, tornando o ambiente muito mais positivo», revelou Di Montezemolo que confessou ainda a mágoa com a situação de Schumacher: «Sinto um nó na garganta! Ele foi das pessoas mais importantes na minha vida profissional».