Aqui está o primeiro verdadeiro monolugar da Renault, nesta sua terceira «vida» enquanto construtor de «corpo inteiro» na Fórmula 1, o R.S.17 – tendo em conta que o carro do ano passado foi uma adaptação do chassis Lotus de 2015… Neste primeiro ano em que o carro foi, de facto, construído desde raiz numa colaboração entre a parte do chassis (Enstone, Inglatera) e do motor (Viry, França), o objectivo é… o 5.º lugar no Mundial de Construtores.
O R.S.17 destaca-se, obviamente, pelas suas maiores dimensões, como sucede com todos os carros deste ano, sendo impressionante, ao vê-lo ao vivo, a maior largura dá-lhe uma presença… brutal! O preto tomou conta de boa parte da carroçaria, com a vantagem de disfarçar a «barbatana de tubarão» que, já se percebeu, será mesmo comum aos monolugares deste ano. Tal como o bico do carro, semelhante aos já mostrados por Williams e Sauber.
É, pois, neste chassis e num motor totalmente novo (R.E.17) que se baseiam as esperanças da equipa francesa em subir na hierarquia do pelotão. As vitórias não são ainda o objectivo para este ano. O objectivo está bem definido, segundo explicou Jêrome Stoll, presidente da Renault Sport Racing.
«Este ano será muito excitante, o que foi feito pelas equipas de Enstone e Viry pela primeira vez em conjunto é entusiasmante», declarou Stoll. «No ano passado investimos muito, recrutámos muita gente e reorganizámos totalmente as duas estruturas. Esperamos que este carro prossiga essa evolução. Agora, com este carro queremos ser quintos no campeonato. Temos os meios, os pilotos, a direcção para que isso suceda».
Já o director geral da Renault Sport Racing, Cyril Abiteboul faz questão de sublinhar a integração do trabalho dos projectos do chassis e motor: «É a primeira vez que fazemos um carro em perfeita harmonia, num grupo de pessoas que trabalham em conjunto em busca de um objectivo que tem como alvo a época de 2020. Este investimento é dos maiores das equipas grandes porque temos de recuperar em relação às equipas da frente».
Abiteboul espera também que as novas regras ajudem a reduzir o fosso que separava a Renault das equipas da frente, como que fazendo um «reset» e um reequilíbrio das forças em presença. Pelo meio da revelação de um R.S.17 acabadinho de montar – quando os fotógrafos pediram aos pilotos para se sentarem nas rodas dianteiras para fazerem uma foto… foi o pânico e não se sentaram! –, Abiteboul foi avisando: «Muitos dos componentes que estão a ver neste carro já deverão ter sido alterados quando chegarmos aos testes de Barcelona». Que começam na segunda-feira…
A equipa ganhou novos parceiros a nível das melhorias de «performance», com destaque para a BP/Castrol que desenvolverá novos combustíveis e lubrificantes, mas também a renovação da ligação à Infiniti que deu uma ajuda na evolução dos sistemas híbridos.
A nível de pilotos, o destaque é obviamente a entrada de Nico Hulkenberg que se junta a Jolyon Palmer e ao russo Sergey Sirotkin que continuará como piloto de reserva. Refira-se que se acabaram as brincadeiras com as comparações com… bananas, pois os fatos deixaram de ser todos amarelos, tendo agora a parte superior em preto!