Tanto se tem falado na entrada da Liberty Media e das ideias frescas que os novos donos dos direitos comerciais pretendem introduzir na Fórmula 1 que Bernie Ecclestone decidiu ter chegado a altura de «pôr os pontos nos i’s»! E, numa entrevista ao site oficial da F1, deixou claro que, até ao final da duração dos actuais Acordos da Concórdia (2020) nada de substancial irá mudar… e que será ele a mandar.
«O que posso garantir é que, em relação à companhia [que gere os direitos], tudo se mantém inalterado, não há novidades. Podem, de facto, ter entrados novos accionistas e os que agora entraram até podem ter uma perspectiva mais comercial que tinha a CVC, mas é só isso», referiu Ecclestone, confirmando de forma mais polida o que já tinha afirmado a outros órgãos de comunicação: «Eles têm 10% da empresa e eu continuo como presidente executivo».
Acabado de completar 86 anos, Ecclestone continua imparável… e intratável. Embora seja visto nas grelhas de partida e nos circuitos na companhia de Chase Carey, o representante da Liberty Media, aproveitou para enviar outro recado: «No dia em que a Liberty tome o controlo maioritário da empresa, poderá fazer o que lhe apetecer, como sucede em qualquer companhia. Mas por agora não são os proprietários, por isso não podem fazer o que querem!».
De volta à entrevista mais… oficial ao site da F1, Ecclestone referiu ainda que a grande novidade atribuída à Liberty Media, a introdução do jogo (apostas) associado aos Grandes Prémios… não é nada de novo! «Há três ou quatro anos olhámos para isso. A CVC tem uma companhia, a Sky Bet, que é grande em Inglaterra. Mas, no final, concluímos que o conceito não era adaptável à F1».
«Mr. E» não prevê, portanto, grandes alterações na gestão da F1 até ao fim da vigência dos actuais Acordos da Concórdia: «Temos um acordo com as equipas e vai continuar assim. É um acordo comercial e, quando chegar a altura, há-de haver as habituais e normais rebegociações dos acordos».
Entre outros assuntos, Ecclestone foi confrontado com a pergunta directa se tinha uma particular predilecção, de entre os pilotos actuais, por Lewis Hamilton e Max Verstappen. A sua resposta: «O Lewis é especial, como pessoa e como piloto. E está a fazer um trabalho fantástico. Precisávamos e meia-dúzia de Lewis! Quanto ao Max, ele quer lá chegar, quer vencer. E tem qualidade e talento para o conseguir. Tudo o que ele faz é competir e é isso que é suposto fazer. É suposto os pilotos de F1 competirem uns com os outros!».