É uma frase mais que repisada, o primeiro e maior adversário de um piloto é o seu próprio colega de equipa, a tal história de não haver desculpas com o material por ser, teoricamente, o mesmo… Daí que, nesta paragem do Mundial de F1, seja interessante olharmos para a «luta mais antiga do automobilismo» e fazermos o ponto da situação ao fim de dez Grandes Prémios, tanto em qualificação como em corrida. E há algumas surpresas!
Nesta tabela contabilizam-se os resultados relativos dos pilotos da mesma equipa na qualificação e na corrida. E no caso de ambos terem desistido no Grande Prémio, «ganha» aquele que cumpriu mais voltas, aparecendo por isso em posição mais alta na folha oficial da classificação final. Aqui fica o quadro, a análise vem a seguir:
Equipa | Pilotos | Qualific. | Corrida |
Mercedes | Hamilton-Rosberg | 9 -1 | 7 - 3 |
Ferrari | Vettel-Raikkonen | 8 - 2 | 8 - 2 |
Williams | Massa-Bottas | 6 - 4 | 4 - 5 |
Red Bull | Ricciardo-Kvyat | 6 - 4 | 4 - 5 |
Force India | Hulkenberg-Perez | 8 - 2 | 4 - 6 |
Lotus | Grosjean-Maldonado | 9 - 1 | 8 - 2 |
Toro Rosso | Verstappen-Sainz | 4 - 6 | 4 - 6 |
Sauber | Ericsson-Nasr | 4 - 6 | 2 - 7 |
McLaren | Alonso-Button | 4 - 3 | 3 - 5 |
Manor | Stevens-Merhi | 5 - 3 | 4 - 4 |
Na Mercedes o domínio de Hamilton é esmagador e Rosberg só consegue minimizar os danos nas corridas devido à «oferta» do piloto britânico e da equipa no Mónaco e do mau arranque do colega de equipa na Áustria. Este ano, o campeão do Mundo melhorou nas qualificações – em 2014 Rosberg tinha sido melhor – e não está a dar hipóteses ao colega de equipa, sendo quase um milagre como a diferença no topo da tabela é de apenas 21 pontos…
Na Ferrari a diferença é indiscutível, com Raikkonen a brilhar no Bahrain e a conseguir ficar um lugar à frente de Vettel no Canadá. Nas outras provas, o alemão mandou na Scuderia. Interessante a situação na Williams, com um rejuvenescido Massa a ser o melhor nas qualificações e grande equilíbrio nas corridas – apenas 9 pois o Bottas falhou a Austrália –, embora com ligeira vantagem para o finlandês.
Na Red Bull… surpresa! Kvyat pode ter começado devagar, a apalpar terreno. Mas não só já virou a situação em corrida a seu favor (só 9 provas, a caixa deixou-o fora na Austrália), como está a recuperar terreno a Ricciardo nas qualificações, tendo sido o mais rápido em quatro das últimas seis provas. Já na Force India, até ao Mónaco que havia uma inversão total de sábado para domingo, com Hulkenberg mais rápido na qualificação mas Perez a obter melhores resultados na corrida. Desde aí, contudo, que tem sido o alemão a «facturar».
Se na Lotus não há grandes dúvidas em quem «manda», com o sempre muito impulsivo Maldonado a dar uma boa ajuda ao domínio de Grosjean que é claramente o mais rápido, já na Toro Rosso… nova surpresa: os holofotes parecem estar sempre centrados em Max Verstappen mas, sorrateiramente, é Carlos Sainz quem está na frente no duelo entre os dois!
Apesar de ser a sua época de estreia, o brasileiro Nasr entrou «com tudo» e, nas seis primeiras corridas, não deu hipóteses a Ericsson que só depois começou a equilibrar o «jogo» na Sauber, em que só se podem comparar 9 provas pois Nasr não partiu em Inglaterra.
Situação curiosa na McLaren, em que só temos oito provas para pôr Alonso e Button frente-a-frente: o espanhol falhou a Austrália, o britânico não teve carro para a corrida do Bahrain. Aos sábados há uma ligeira vantagem de Alonso, mas aos domingos parece ser Button quem reina. Contudo, no caso da McLaren, com os inúmeros problemas do motor Honda, convém acrescentar outro dado: nas únicas duas corridas em que ambos os carros terminaram (China e Hungria), Alonso chegou à frente de Button.
Por fim, na Manor, esperava-se que Stevens, já com alguma experiência, dominasse facilmente o estreante Merhi mas... nada disso. Nas 8 provas comparáveis – ambos falharam a Austrália e Stevens a Malásia – o britânico tem ligeira vantagem na qualificação, mas o espanhol tem-se mostrado eficaz na corrida e tem a situação empatada com o colega de equipa.