Ao fim de mais de duas décadas de ausência da Fórmula 1 – a última vez foi num Lola/Lamborghini, em 1989 –, a petrolífera britânica BP parece querer regressar e logo com um orçamento estimado em… 30 milhões de euros! Uma verba a dividir, certamente, por diversas épocas mas que não deixa de ser gigante até para os padrões da Fórmula 1, em especial numa fase em que arranjar novos patrocínios não está propriamente fácil.
Não foram, por isso, surpreendentes as notícias que deram conta de uma terrível luta entre Renault e McLaren para ver quem atrairia o patrocínio da BP. Em termos puramente especulativos, a McLaren poderá ter a vantagem de ser britânica mas a Renault, estabelecendo uma parceria tecnológica, deverá levar também o símbolo da BP à equipa a quem fornecer motores, neste caso a Toro Rosso. Claro que este apoio da BP não passa por pintar totalmente um carro, como chegou a ser simulado há alguns anos…
A questão, relativamente à Renault, é o sentido que faz a ligação à BP quando há muito que mantém uma relação com a francesa Total. Segundo o jornalista birtânico Joe Saward, contudo, essa relação deteriorou-se nos últimos dois anos, desde a morte do anterior patrão da Total, Christophe de Margerie. E que a Renault há algum tempo que procura nova petrolífera para estabelecer nova parceria.
Refira-se, aliás, que historicamente a Renault sempre esteve muito mais ligada à Elf (que neste momento não está em condições de entrar nestas «cavalarias»), sendo a Total mais activa com o Grupo PSA, como continua a ser, apoiando as actividades desportivas da Peugeot e Citroën. Daí fazer algum sentido estas noticiadas negociações com a BP. Mas a concorrência a McLaren (que há longos anos está ligada à Mobil) é forte e sabe-se que Ron Dennis não costuma facilitar…
Para baralhar isto tudo há uma… terceira pista: a Williams. Com a saída de Felipe Williams, pode colocar-se a questão: continuará a Petrobrás (com os problemas que está a enfrentar no Brasil) envolvida na Fórmula 1? Poderá, eventualmente, ser uma ajuda para a entrada de Felipe Nasr, caso Bottas não fique mas… Também se disse que Lance Stroll teria um apoio chorudo por trás…
Poderá ser a BP a apoiar a Williams que se arrisca a ficar sem o apoio de uma petrolífera? A equipa até já teve ligações àquela empresa no passado, embora através da Castrol. Certo certo é que os bastidores da F1 estão muito agitados, um cheque de 30 milhões não é coisa que deixe ninguém indiferente!