Será a 25.ª vez que o circuito da Catalunha receberá, consecutivamente, o G.P. de Espanha de F1. Da quinta prova do Mundial espera-se a reedição do duelo entre a Mercedes e a Ferrari, mesmo se Hamilton continua como principal favorito. Curiosamente, apenas por uma vez o britânico e Vettel venceram em Barcelona, contra duas de Raikkonen e Alonso. Mas não se espera que o espanhol lute, este ano, pela vitória caseira…
É verdade que, nos testes de Inverno, os Mercedes fizeram tempos semelhantes aos dos Ferrari utilizando pneus mais duros. Mas agora a temperatura estará bastante mais alta – as previsões apontam para tempo seco e máximas de 26 ºC – e o comportamento de carros e pneus será muito diferente. A Scuderia tem esperanças que a capacidade revelada pelo SF15-T em poupar mais os pneus lhe permita andar mais próxima da Mercedes em certas fases da corrida. Mas está realista quanto à vantagem de que a equipa campeã do Mundo ainda dispõe em velocidade pura…
Esta é também uma prova em que poderá haver algum «abanão» do equilíbrio de forças a que assistimos até aqui. Sendo a primeira prova europeia, esta é a corrida em que a maior parte das equipas estreará grandes evoluções nos seus carros, tendo aproveitado as três semanas de intervalo para tentarem emendar alguns dos pontos fracos revelados nas primeiras corridas. É sabido que a Ferrari tem muitas evoluções para alegrar Vettel e Raikkonen, mas a Mercedes também não terá ficado quieta. Red Bull e Lotus são outras equipas que anunciaram importantes evoluções nos seus monolugares.
Poderemos, por isso, assistir a um «apertar» de todo o pelotão, proporcionando uma corrida emotiva, apesar de o circuito de Barcelona não ser dos mais fáceis para ultrapassar. O final da longa recta da meta e a forte travagem para a curva Elf (onde os pilotos suportam forças de 6 G’s) serão as mais óbvias. Além de que esta é uma pista sem segredos para os pilotos que quase a poderiam fazer… de olhos fechados. «Já a consegui desenhar de olhos fechados mas, quanto a guiar, hei-de experimentá-lo no simulador da Lotus!», afirmou Romain Grosjean.
Do ponto-de-vista dos pneus, o circuito de Barcelona-Catalunha é dos mais duros de toda a época, não só pelo «stress» que as curvas rápidas colocam nas borrachas mas também por se correr sobre o mais abrasivo asfalto de todo o Mundial de F1. No entanto, segundo Paul Hembery, haverá uma diferença significativa, face a 2014: «Este ano voltaremos a assistir a uma maior degradação dos pneus dianteiros. No ano passado, devido ao aumento de binário dos motores e da capacidade de tracção, pela primeira vez Barcelona foi uma pista que colocou dificuldades aos pneus traseiros. Mas este ano, graças às melhorias introduzidas nas borrachas posteriores, voltará a ser preciso cuidar dos pneus da frente».
Para Barcelona a Pirelli leva as suas misturas mais resistentes, a média (branca) e a dura (laranja), mas prevê-se que haja apenas duas paragens para troca de pneus. Para a marca italiana, contudo, o fim-de-semana é de gigantesca operação logística, com 14 camiões a transportarem 4000 pneus: para o Grande Prémio, para as corridas de GP2 e GP3 e para os dois dias de testes que se realizarão após a prova espanhola (terça e quarta-feira)!
Os treinos livres do G.P. de Espanha realizam-se às 9 e 13 horas de sexta-feira (hora de Portugal Continental) e às 10 horas de sábado. A qualificação tem lugar às 13 horas de sábado e a corrida arranca às 13 horas de domingo.