Há um ano, o Mundial de F1 teve um dos seus pontos mais altos quando, já perto do final do G.P. do Bahrain, a intervenção do «safety car» juntou o pelotão proporcionando o melhor duelo de sempre entre os Mercedes de Lewis Hamilton e Nico Rosberg! Ambos discutiram, roda com roda, centímetro a centímetro, a luta no «grande prémio do deserto» que acabaria por sorrir ao primeiro por apenas 1 s.
O ritmo da luta entre os dois foi de tal forma frenético que, só nessas derradeiras dez voltas após o «safety car», conseguiram abrir uma vantagem de 24 s para o 3.º! Seria fantástico termos, de novo, um tal duelo, de preferência com os «cavalinhos de Maranello» a juntarem-se à festa. A F1 bem precisava de um grande espectáculo e a pista do Bahrain, mais lenta mas também com menos pontos de ultrapassagem, poderá proporcioná-lo. Por outro lado, o regresso do calor deixa-nos a esperança de ver os Ferrari a pressionarem mais os Mercedes, pelo menos na corrida.
Foi em 2004 que o circuito de Sakhir foi inaugurado, marcando a primeira prova de F1 no Médio Oriente. Construído em cerca de ano e meio, em pleno deserto, na localidade de Sakhir, 30 km a sudoeste da capital Manama, a pista recorreu a 12 mil toneladas de pedra. No final, um complexo com a possibilidade de cinco traçados diferentes, além de bancadas com capacidade para 50 mil espectadores e uma torre redonda que é o «ex-libris» desta pista... das «mil e uma noites»!
As previsões para os dias da qualificação e da corrida apontam para a possibilidade de vento forte (e, claro, de temperaturas em torno dos 32 ºC), o que pode levar areia do deserto para a pista, alterando as condições de aderência… para pior, além de colocar problemas às mecânicas por eventual entupimento dos diversos filtros. E no início desta semana a pista de Sakhir esteve sob fortíssima tempestade de areia…
Em relação aos pneus, sendo uma pista que exige bastante da capacidade de tracção dos carros por ter muitas curvas lentas de onde se sai em fortes acelerações, os do trem traseiro são os que mais sofrem. Mas com a corrida disputada já ao final da tarde e a entrar noite dentro, a temperatura baixa para valores mais amenos, o que também pode ajudar na sua preservação.
A Pirelli volta a apostar nas misturas média e macia, tal como na Austrália e China. E já se percebeu que a Ferrari se dá muito bem com os pneus macios mas que os Mercedes conseguem tirar melhor partido dos médios. Enquanto a Williams poderá ver-se em dificuldades por o desgaste prematuro dos pneus traseiros ser precisamente o «calcanhar de Aquiles» do FW37.
Por fim, o «circuito do deserto» é também conhecido por ser um dos mais difíceis para os travões, o que poderá ser mais uma dor de cabeça para os Red Bull, depois das dificuldades a esse nível tanto na Malásia como na China… Na pista do Bahrain, o problema são as travagens fortes e muito frequentes o que, conjugadas com as temperaturas elevadas, colocam problemas no arrefecimento dos travões. Os pilotos que não gerirem bem o sistema de travagem – e nestes F1 híbridos os travões traseiros têm discos mais pequenos, logo, mais sujeitos à fadiga – poderão ter problemas na fase final da corrida.
Os treinos livres do G.P. do Bahrain realizam-se às 12 e às 16 horas de sexta-feira (horas de Portugal Continental) e às 13 horas de sábado, realizando-se a qualificação às 16 horas. A corrida arranca, no domingo, às 16 horas.