Passadas as pistas mais rápidas do Mundial de Velocidade, regressamos às «curvas e contracurvas» dos traçados citadinos, com um Grande Prémio que já se tornou um ícone do Mundial de F1: é na corrida nocturna de Singapura que Vettel e a Ferrari vão tentar recuperar a liderança do campeonato, depois de Lewis Hamilton ter passado para a frente em Monza.
Esta pista sinuosa e apertada, a que se juntam, tradicionalmente, temperaturas elevadas e uma humidade quase insuportável, costumam ser «cocktail» favorável à Ferrari e o carro deste ano tem-se mostrado muito competitivo nos circuitos mais «ziguezagueantes». Pelo contrário, o Mercedes com a sua muito maior distância entre eixos vê-se mais atrapalhado nestes circuitos e poderá ficar até à mercê dos Red Bull… É verdade que, há um ano, foi um Mercedes que venceu, com Rosberg, mas isso só mostra a grande superioridade do carro de 2016, que teve até de enfrentar o bizarro episódio de um recomeço de prova com um comissário ainda a correr na pista!.
Por outro lado, é verdade que houve grandes progressos por parte da Mercedes entre o Mónaco e a Hungria. E se Hamilton conseguir ganhar pontos a Vettel em Singapura, então o Mundial fica definitivamente… inclinado! Mas esta é uma prova com muito de imprevisível, desde inevitáveis entradas do «safety car» que podem proporcionar uma decisiva jogada táctica, a fortes aguaceiros (há previsões para sexta e domingo) que baralhem as contas…
Também a nível estratégico, as equipas balançam entre fazer só uma paragem para não perderem posições numa pista em que não é fácil ultrapassar, ou parar duas vezes para contrariar o forte desgaste que se verifica nos pneus traseiros, muito solicitados em termos de tracção. A pista de Singapura teve algumas zonas reasfaltadas, enquanto a Pirelli levou os seus pneus mais macios.
Além disso, as equipas optaram, esmagadoramente, pelos ultramacios (púrpura), face aos supermacios (vermelho) e macios (amarelo). Dos homens da frente, só a Mercedes foi menos afoita, com 9 jogos de ultramacios para cada piloto, contra dez para todos os outros, mas tanto Hamilton como Vettel dispõem de dois jogos de macios que poderão usar se tentarem fazer apenas uma paragem…
Esta é também uma das mais duras corridas do ano, do ponto de vista físico. A pista de Singapura tem 23 curvas (é a que tem mais curvas de todo o Mundial) e apenas 49% é feita com acelerador a fundo. Além do calor e da forte humidade, a corrida é das mais longas, devido à baixa velocidade média do traçado, aproximando-se frequentemente do limite das duas horas. Daí imaginar-se a prova física por que vão passar os pilotos. E será normal vê-los, durante os treinos, a cada paragem nas «boxes» arranjarem todas as formas de se refrescarem, desde as simples ventoinhas até lhes despejarem alguns quilos de gelo seco no habitáculo!
Apesar de se tratar de uma corrida nocturna em Singapura para que os horários se mantenham quase os mesmos para os telespectadores europeus há, contudo, pequenos ajustes a destacar: assim, os primeiros treinos livres começam às 9.30 horas de Portugal Continental e Madeira, sendo os segundos às 13.30 horas, ou seja, meia hora mais tarde do que é habitual, tendo ambas as sessões a duração de hora e meia.
No sábado, o programa é uma hora mais tarde do que é habitual, o que significa que a sessão de uma hora de treinos livres começa pelas 11 horas e a qualificação pelas 14 horas. A única coisa que não se altera é a hora do começo do Grande Prémio, com os carros a arrancarem às 13 horas para as 61 voltas ao traçado citado com 5,065 km de perímetro.