Barcelona 1 – «Mercedes mil vezes melhor que os outros!», diz Hamilton

Bastou-lhe uma tarde ao volante do Mercedes W08 EQ Power+… É verdade que fez o melhor tempo e que, mesmo sem forçar, até bateu a sua «pole position» do G.P. de Espanha de 2016 (1.22,000) por mais de dois décimos. Mas a concorrência nem ficou assim tão longe. Apesar disso, Lewis Hamilton não tinha dúvidas ao fim da sua primeira jornada com o novo Mercedes: «O nosso carro tem ar de ser mil vezes melhor que todos os outros F1 que estavam em pista!».

Para encerrar apenas o primeiro de oito dias de testes, é uma declaração um tanto ou quanto… definitiva e arriscada, mas Hamilton estava, de facto, siderado com o que acabara de guiar: «É uma besta! É tão melhor que o nosso carro do ano passado! Fiz muitas voltas e tive logo sensações magníficas. Além disso estes carros têm um aspecto magnífico, só espero que seja o anúncio de grandes coisas para os fãs. Uma coisa é certa, vamos continuar a ser a equipa a bater», referiu Hamilton que, pelo meio das 73 voltas, até teve tempo… para fazer um pião. É o preço da busca dos limites de aderência dos novos pneus…

Realce-se ainda o facto de a Mercedes ter experimentado, como já avisara na apresentação do W08, em Silverstone, uma «barbatana» na tampa do motor. Mas também aqui tinha de inovar e a sua, em vez de ser uma simples «chapa» é composta por dois planos que abrem, formando uma espécie de… chaminé! Hamilton, contudo, só fez algumas voltas com aquela «barbatana» e em conjunto com o pequeno apêndice traseiro em frente à asa posterior que parece ter vindo para ficar…

O estranho nesta euforia de Hamilton é que, claramente, ainda há muito tempo para tirar às marcas alcançadas no primeiro dia e o facto de Vettel ter sido apenas um décimo mais lento mas com o Ferrari calçado com pneus médios, quando o Mercedes tinha borrachas macias… Mas a Scuderia optou por uma abordagem a estes testes «low profile» e não fez grandes comentários em relação a um dia em que o alemão completou… 128 voltas sem problemas de maior! Sinais muito interessantes neste primeiro dia do SF 70 H em Barcelona!

Também Felipe Massa se mostrou encantado com o que sentiu ao volante do Williams FW40, tendo rodado também muitas voltas e em tempos interessantes, se bem que ainda seja prematuro falar de marcas. «O carro tem muito mais aderência, curva muito mais depressa e podemos travar mais tarde. E um primeiro dia sem problemas, em que já mexemos nas afinações, é o melhor que se pode desejar!», comentou o brasileiro.

Refira-se que também a Haas experimentou uma pequena asa horizontal agarrada à extremidade da «barbatana», a exemplo do que já tinham o Ferrari e o Williams. Magnussen, que tinha batido ligeiramente no final da manhã, fez um tempo razoável pelo meio de vários pequenos problemas. «Coisas típicas de um carro novo, nada de verdadeiramente grave», garantiu o dinamarquês.

Carlos Sainz considera que a Toro Rosso «deu um passo em frente, comparando com que tinha no ano passado», enquanto Nico Hulkenberg teve um primeiro dia para se «adaptar à nova família da Renault» e a Force India começou bem o dia mas teve de acabar mais cedo devido a uma falha no escape.

A Red Bull ficou sem a manhã por ter de trocar a caixa no RB13 que estava a ser guiado por Daniel Ricciardo. Mas de tarde, o australiano ficou mais animado: «Já senti que o carro é rápido e começámos a fazer progressos. Espero que os problemas tenham acabado e que o Max possa começar a trabalhar nas afinações. Estes carros têm um ar fantástico, baixos e largos, um ar da antiga escola...».

O mais pesaroso dos pilotos foi o homem da casa, Fernando Alonso, parado muitas horas devido a um problema de pressão de óleo no motor Honda. Ainda acabaria por rodar à tarde, mas terminou o dia com apenas 29 voltas cumpridas. «É duro perder um dia de trabalhão depois de tantos meses de preparação. E compreendo que haja dúvidas, mas temos de manter a calma», limitou-se a comentar o piloto espanhol.

A boa notícia parece ser que a Honda já terá descoberto a razão para o problema: o reservatório de óleo será demasiado pequeno e estreito e, sob as violentas forças G das travagens e acelerações, não conseguia manter o óleo à pressão mínima necessária para o funcionamento do motor. Hoje já haverá um novo depósito para resolver o problema… Recapitulemos os tempos dos onze pilotos (a Mercedes teve Bottas e Hamilton) que estiveram ontem em pista:

Hoje, nova sessão de testes, entre as 8 e as 17 horas de Portugal Continental e Madeira. Na Mercedes será Hamilton a guiar de manhã, ficando Bottas com a parte da tarde. Kevin Magnussen voltará a guiar na Haas mas, nas restantes equipas, haverá troca de pilotos: Kimi Raikkonen na Ferrari, Max Verstappen na Red Bull, as estreias de Lance Stroll na Williams e de Esteban Ocon na Force India, Stoffel Vandoorne na McLaren, Daniil Kvyat na Toro Rosso, Jolyon Palmer na Renault e o «emprestado» Antonio Giovinazzi (piloto de reserva da Ferrari) na Sauber, no lugar do lesionado Pascal Werhlein.