Se fosse já altura para tirar conclusões, o segundo dia de testes em Barcelona tinha-nos mostrado um Ferrari bastante rápido e um Mercedes que parece resistir a tudo! Mas vamos com calma, é apenas a segunda jornada e a única conclusão que se pode tirar já é que se confirma que os carros deste ano serão bastante mais rápidos que os do ano passado! Porque Kimi Raikkonen levou o Ferrari até ao topo da tabela de tempos com uma marca que é inferior em mais de um segundo à «pole» de Lewis Hamilton no último G.P. de Espanha (1.22,000) e quase dois segundos abaixo da melhor marca obtida nos testes efectuados há um ano. E ainda agora estamos a começar...
Hamilton fez praticamente o mesmo tempo, mas usou pneus supermacios, teoricamente mais rápidos que os macios utilizados pelo finlandês. Não se sabe, contudo, em que condições de peso (quantidade de gasolina) rodavam os carros... Ou seja, não há grande utilidade em fazer comparações directas por agora a não ser... com a concorrência que parece estar longe. Tanto em tempos como na capacidade de somar quilómetros, embora aí a Mercedes esteja imbatível: 300 voltas em dois dias (beneficiando de ter dois pilotos a trabalhar diariamente), contra 236 da Ferrari.
Max Verstappen já colocou a Red Bull mais em cima, num dia em que pôde acumular quilómetros. Mas, no seu segundo e último dia nestes testes, Kevin Magnussen foi o piloto que mais rodou, totalizando 119 voltas à pista de Barcelona! O Haas parece ter ultrapassado os problemas de juventude e está já a evoluir as suas afinações, tendo conseguido o 4.º tempo do dia, a dois décimos da «pole» de Hamilton d 2016. Também por aqui se vê como estes carros estão mais rápidos...
Os problemas do dia tocaram à Renault que esteve toda a manhã parada (alegadamente à espera de novos componentes…), com Palmer a rodar apenas da parte da tarde. Na McLaren, Stoffel Vandoorne até começou bem o dia, mas teve de parar para mais uma troca de motor da Honda... O mesmo sucedeu com Antonio Giovinazzi que perdeu muito tempo do treino por a Sauber ter de mudar o motor Ferrari com especificações de 2016.
Muito se esperava da estreia do jovem canadiano Lance Stroll na Williams mas, uma parte de inexperiência e uma dose de falta de sorte acabaram em desilusão. Stroll estava na sexta volta da sua segunda série e a melhorar as suas marcas, quando fez um pião e entrou pela gravilha. Conseguiu sair sem ajuda e voltar à «box», mas a ida à escapatória danificou a asa dianteira e uma parte do fundo plano do Williams FW40 e, já se sabe, nesta altura, componentes de substituição é algo que as equipas ainda não têm, pelo que o seu primeiro dia de testes se ficou pelas 12 voltas feitas até ali... «Foi apenas o início e ainda preciso de muitos quilómetros para me sentir à vontade mas, pelo menos, já tive o meu 'baptismo de fogo'», declarou o canadiano. Tempos do segundo dia de testes:
Pos | Piloto | Equipa | Tempo | Voltas | Pneus |
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1 | Räikkönen | Ferrari | 1:20.960 | 108 | S |
2 | Hamilton | Mercedes | 1:20.983 | 66 | SS |
3 | Verstappen | Red Bull | 1:22.200 | 89 | S |
4 | Magnussen | Haas | 1:22.204 | 119 | SS |
5 | Ocon | Force India | 1:22.509 | 86 | SS |
6 | Kvyat | Toro Rosso | 1:22.956 | 68 | S |
7 | Bottas | Mercedes | 1:22.986 | 102 | S |
8 | Palmer | Renault | 1:24.139 | 53 | S |
9 | Giovinazzi | Sauber | 1:24.617 | 67 | S |
10 | Vandoorne | McLaren | 1:25.600 | 40 | S |
11 | Stroll | Williams | 1:26.040 | 12 | M |
A Mercedes prosseguirá amanhã a sua estratégia de dividir os pilotos por dois turnos, com Bottas a guiar de manhã e Hamilton de tarde. A novidade é que vai ser imitada por outras equipas, nomeadamente pela Red Bull (Verstappen/Ricciardo), Renault (Palmer/Hulkenberg) e Sauber (Ericsson/Giovinazzi). Enquanto Vettel, Massa, Alonso e Grosjean retomam o serviço na Ferrari, Williams, McLaren e Haas, respectivamente, a Force India terá o terceiro piloto em três dias, com Alfonso Celis Jr ao volante. Em mais uma sessão de testes entre as 8 e as 17 horas de Portugal Continental e Madeira.