Kimi Raikkonen terminou o último dia de testes de F1 em Barcelona na liderança da tabela de tempos, embora sem chegar às marcas feitas na véspera, tanto por Bottas (Mercedes), como pelo seu colega de equipa Vettel. Diga-se, aliás, que nem era suposto fazê-lo e que o 1.20,872 até acaba por ser uma belíssima marca para o programa previsto para hoje.
O dia foi dedicado, acima de tudo, a experimentar os pneus de chuva e intermédios da Pirelli, tendo para isso a marca italiana feito inundar por duas vezes, de manhã e de tarde, a pista catalã. Oito camiões cisterna despejaram, de cada uma das vezes, 250 mil litros de água para criarem artificialmente uma pista à chuva, sob um céu azul, com 17 ºC no ar e 31 ºC no asfalto…
Claro que, com estas temperaturas e a passagem dos carros, os pneus azuis para chuva extrema foram usados durante poucas voltas, passando-se aos intermédios e depressa para os «slicks». Ou seja, quase todas as equipas aproveitaram ainda para fazerem voltas de testes normais, procurando bons acertos e até simulando longas séries de voltas. Destaque para a sessão da tarde de Romain Grosjean que, depois de se queixar de pequenos problemas no Haas da parte da manhã (49 voltas), encerrou o dia como o piloto que mais rodou, com 118 voltas! Menos impressionante foi o seu tempo, alcançado com pneus supermacios…
Também Raikkonen andou bastante, em mais uma prova de que o Ferrari parece gozar saúde em termos de fiabilidade. O finlandês totalizou 93 voltas e fechou o dia com pneus macios no SF 70 H a estabelecer a melhor marca, cerca de um segundo à frente de Max Verstappen (Red Bull), praticamente empatado com o Renault de Jolyon Palmer. A Red Bull insiste que ainda não está à procura da «performance» pura do RB13 mas, na verdade, ninguém sabe bem em que condições é que cada piloto e equipa está a andar…
Sempre sem forçar o motor Honda aos limites para assegurar que, ao menos, consegue somar voltas para recolher dados importantes para o desenvolvimento do chassis – já fora essa a táctica de Alonso na véspera, trocando de caixa muito antes do «red line» –, Vandoorne acumulou mais quilómetros no McLaren.
A novidade do dia acabou por ser o problema eléctrico que «prendeu» o Mercedes na sua «box» quase toda a manhã, levando mesmo Lewis Hamilton a abandonar a pista sem fazer uma única volta. Aproveitou Valtteri Bottas para fazer as voltas de instalação antes do almoço para, da parte da tarde, rodar bastante mas só em experiências aerodinâmicas e sem preocupação de fazer grandes marcas.
Mais preocupante foi a situação da Toro Rosso que, depois do problema surgido logo de manhã, na volta de instalação, não mais voltou a andar, alegadamente por ter de trocar o motor Renault. Ou seja, o dia de hoje acabou por ter apenas oito equipas em pista, pois a Williams já tinha abandonado a pista, devido aos estragos provocados no FW40 pelo despiste de Lance Stroll no dia anterior. Despiste, refira-se, causado por um mau funcionamento repentino da caixa e em que o jovem canadiano acabou por ser um mero passageiro até o carro bater no muro. Tempos de hoje:
Pos | Piloto | Equipa | Tempo | Voltas | Pneus |
---|---|---|---|---|---|
1 | Räikkönen | Ferrari | 1:20.872 | 93 | S |
2 | Verstappen | Red Bull | 1:21.769 | 85 | S |
3 | Palmer | Renault | 1:21.778 | 39 | S |
4 | Grosjean | Haas | 1:22.309 | 118 | SS |
5 | Giovinazzi | Sauber | 1:22.401 | 84 | US |
6 | Pérez | Force India | 1:22.534 | 82 | SS |
7 | Vandoorne | McLaren | 1:22.576 | 67 | US |
8 | Bottas | Mercedes | 1:23.443 | 68 | S |
9 | Hülkenberg | Renault | 1:24.974 | 51 | S |
10 | Kvyat | Toro Rosso | 1 |
As equipas de F1 não têm agora muito tempo para evoluir os seus carros, muitas delas ficam até a trabalhar na pista de Barcelona. Porque o próximo, derradeiro e decisivo teste começará já na próxima terça-feira, dia 7, prolongando-se até sexta-feira, dia 10. Depois, será uma passagem pelas fábricas para recompor os carros, acbar a montagem do segundo chassis e enviar tudo para Melbourne, para o G.P. da Austrália, a 26 de Março.