Estes últimos dias foram de «pingue-pongue» de palavras entre o novo e o antigo «Senhor da F1», com Chase Carey a explicar os entraves que Bernie Ecclestone colocava ao crescimento da Fórmula 1 e «old Mr. E», com o seu espírito eternamente guerreiro, a ripostar! Ambos tinham estado na tribuna principal de Sochi, durante o G.P. da Rússia, ladeando Vladimir Putin que chegou ao circuito cerca de 20 voltas antes do final da corrida. Cumprimentando de forma mais calorosa o seu já conhecido Ecclestone, mas virando-se rapidamente em diálogo para Carey…
Posteriormente, Chase Carey, o presidente da Liberty Media, concedeu uma entrevista à «Press Association» em que, entre outras coisas, explicou o afastamento de Ecclestone por ter percebido que era a sua atitude que travava o crescimento e alargamento de horizontes que pretendia para a F1. «Ele dizia ‘não’ demasiadas vezes. De que vale ter uma nova ideia se a resposta é sempre ‘não’? Só cria frustração! Eu quero dizer ‘sim’ com muito mais frequência. Sentimos que este desporto, nos últimos seis anos, não foi desenvolvido de acordo com todo o seu potencial».
Como facilmente se imagina, Bernie Ecclestone terá «adorado» ler isto e, com a incrível força dos seus 86 anos, não tardou em contra-atacar: «A única razão por que dizia ‘não’ a algumas coisas era porque achava que não eram as coisas correctas a fazer e que não trariam receitas suplementares para a Fórmula 1, ou seja, para o detentor dos direitos comerciais do campeonato», explicou ao diário britânico «The Sun».
«O meu papel era de assegurar que extraímos o máximo possível da F1, do ponto de vista financeiro, de forma a tornar a F1 interessante para potenciais compradores. O que até veio a acontecer, já que a F1 acabou por ser comprada pelas pessoas da Liberty Media!», recordou Ecclestone (que mantém um cargo simbólico de presidente honorário da F1), antes da… «bicada» final: «Ao fim e ao cabo, só o tempo nos dirá se a política levada a cabo pelos novos proprietários da F1 será ou não a correcta».
Refira-se, aliás (e antes que comece o habitual «apedrejamento» de Ecclestone) que o próprio Carey homenageou o incrível trabalho efectuado por «Mr. E»: «O Bernie pegou num negociozinho há umas décadas e vendeu-o por oito mil milhões de dólares! Merece todo o crédito do mundo pelo que fez. Mas no mundo actual é preciso comercializar o desporto e a F1 não estava a ser comercializada, estava a ser pensada apenas no curto-prazo».