Chase Carey, o líder da Liberty Media, a empresa norte-americana que passou a controlar os destinos comerciais da F1, é o convidado especial do Automobile Club de L’Ouest para dar a bandeirada de partida para as 24 Horas de Le Mans, amanhã, pelas 15 horas de Portugal Continental. Um convite sintomático de uma nova era, de maior cooperação entre a Fórmula 1 e a maior corrida de resistência do Mundo.
Pierre Fillon, presidente do ACO, fez o convite e Carey aceitou-o de imediato. «Ao darmos início à corrida lado-a-lado demonstraremos os novos laços criados entre o ACO e a F1, facilitados pelo presidente da FIA, Jean Todt», referiu Fillon. «Com Chase Carey a liderar a Fórmula 1, chegou a altura de trabalharmos em conjunto no calendário desportivo para assegurarmos os fãs de que poderão seguir os Grandes Prémios e as provas de Resistência na sua totalidade». Ou seja, sem coincidências de datas…
Há um ano, Chase Carey mal acreditaria que, nesta altura, estaria tão envolvido no topo do desporto automóvel mundial e… a adorar! O americano, de 62 anos, já trabalhava em torno do desporto e televisão, mas mal sabia o que era a F1, como confidenciou ao jornal «L’Équipe»: «Sempre fui um apaixonado por desporto, mas a minha carreira foi feita nos ‘media’, em especial com a ‘Fox’, empresa em que o desporto tinha grande destaque. Mas não conhecia muito da F1, sabia que existia mas não a seguia com atenção».
Até que, aceitando o convite de John Malone para liderar a Liberty Media, teve de «mergulhar» a fundo neste novo mundo e diz ter descoberto algo de fascinante. «Quando aqui cheguei descobri o quanto a F1 era apaixonante! Bastaram-me uma ou duas corridas para perceber as suas subtilezas e, depois, tornou-se cativante. A potência e a tecnologia que emanam desta disciplina são únicas. Nada a iguala!».
Agora, Carey já fala como um verdadeiro apaixonado pela Fórmula 1, como se sempre tivesse vivido a modalidade. E vê no seu caso o enorme potencial da disciplina para chegar a um público muito mais vasto. «Este desporto é, de facto, diferente de todos os outros, é um casamento da velocidade com a competição, tecnologia e engenharia. Nada se compara à F1. E é muito encorajador perceber que o grande público que, como eu, não estava nada ligado à F1, se o conseguirmos entusiasmar, poderá também apaixonar-se».
Conquistado pela F1, Chase Carey terá, este fim-de-semana, a oportunidade de tomar o lugar de honra noutro «monumento» do desporto automóvel, ao brandir a bandeira francesa para «libertar» o enorme pelotão que irá enfrentar o circuito de La Sarthe ao longo de 24 horas.