Mercedes ou Ferrari?! Só o facto de a questão se colocar já anima um Mundial de F1… bipolar que, de tão mortiço que ficara depois do domínio da equipa campeã na prova inaugural, passou para descomedida emoção pelo triunfo da Ferrari na Malásia. No G.P. da China, são vários os factores que deixam a discussão entre as duas equipas em aberto, porque essa é a única coisa certa: só Mercedes e Ferrari parecem em condições de lutar pela vitória.
As condições em Xangai são bem diferentes das de Sepang, apontando até as previsões para uma corrida sob temperatura fresca – máxima prevista de 19 ºC –, comparando com a fornalha de Sepang, e sem chuva. Nesse aspecto, portanto, os Mercedes poderão voltar a dominar, deixando de estar expostos a situações extremas em que mostraram desgastar prematuramente os pneus, face a um Ferrari mais equilibrado. Teoricamente, Hamilton e Rosberg terão razões para estar optimistas.
Mas a monumental obra de arte que é a pista de Xangai possui também uma das maiores rectas do Mundial de F1. E não esqueçamos que se há coisa em que os Ferrari levam vantagem é na velocidade máxima, o que pode ser uma decisiva «arma» para Vettel e Raikkonen se defenderem ou atacarem…
A pista chinesa destaca-se, primeiro, pela sucessão inicial de três curvas muito encadeadas – a primeira é uma longa e difícil direita que se vai fechando sobre si própria –, onde os erros e os toques são frequentes, com os pilotos a terem de acelerar e travar quase em simultâneo para manter o equilíbrio do carro.
São vários os locais de possível ultrapassagem, mas o ponto por excelência é o gancho em que termina a enorme e onde os carros, com a ajuda do DRS, chegam a quase 330 km/h. Segue-se a violenta travagem em que o carro tem de perder 270 km/h em apenas 160 metros (o gancho é descrito a 60 km/h), numa desaceleração de 4,9 G’s, graças a uma força de 180 kg que o piloto tem de exercer no pedal de travão!
A Pirelli aponta para uma estratégia de duas paragens como sendo a mais eficaz, tendo escolhido os compostos macio e médio para a corrida chinesa. Do ponto de vista dos pneus, a pista de Xangai coloca alguns problemas pontuais, desgastando em especial o pneu frente-esquerdo, mas exigindo também dos pneus traseiros, pela tracção necessária à saída das curvas lentas.
Os pneus macios têm de ser muito bem tratados para aguentarem em perfeitas condições. De tal forma que Daniel Ricciardo recorre ao seu humor para explicar: «Na qualificação, na volta de saída das ‘boxes’, tenho de guiar como a minha avó, para que os pneus não sobreaqueçam e fiquem em condições ideais para fazer um tempo».
Os treinos livres para o G.P. da China têm lugar na sexta-feira às 3 e 7 horas (de Portugal Continental) e no sábado às 5 horas. A qualificação realiza-se no sábado às 8 horas, enquanto a corrida se disputa no domingo, às 7 horas.