Claire Williams, responsável da equipa fundada pelo seu pai, pede paciência e tempo para que se julgue com fundamentos da bondade das alterações introduzidas no formato das qualificações dos Grandes Prémios de Fórmula 1. Depois de tatas palavras contra esta mudança, também é justo saber dos argumentos de quem, envolvida nas negociações com as restantes equipas, colaborou para esta inovação que tanta polémica tem provocado…
«Vamos, ao menos, esperar para ver, ainda é muito cedo para julgar. Gostaria de chegar a Melbourne, ver como tudo vai funcionar e só depois comentar», respondeu Claire Williams às muitas críticas já feitas, em especial por diversos pilotos. «Se não funcionar, ok, pelo menos tentámos!».
Ora essa é que é a questão: o que pretenderam as equipas com esta alteração às qualificações que, até aqui, tão bem funcionaram? Claire Williams abriu o jogo, assumindo que o objectivo sempre foi «baralhar» as grelhas de partida: «Tudo o que procurámos foi tornar este desporto mais excitante, que é o que todos querem». Mesmo se não esconde a decepção pela reacção negativa dos pilotos: «Claro, porque são eles os principais ‘jogadores’».
E a responsável da equipa Williams apontou o dedo à forma como as mudanças são recebidas na F1: «Quisemos aparecer com uma nova regra e esperámos que as pessoas reagissem de forma positiva. Mas na F1 vemos que toda a gente se foca imediatamente no negativo em vez de dizer ‘esperem, não vamos criticar enquanto não virmos como as coisas se desenrolam na prática’».
Quanto à oposição de Bernie Ecclestone, Claire Williams desvalorizou, explicando-a: «A sua posição deveu-se apenas a dúvidas se o conseguiríamos fazer, não foi por achar que era uma má ideia. Foram dúvidas se tudo poderia estar a postos para o fazer já em Melbourne». Teremos, pois, de dar o benefício da dúvida a um novo formato que, para já, e isso parece indiscutível, nos roubará o espectáculo das «voltas-canhão» de cada piloto, por os obrigar a estar constantemente em pista…