A tão falada compra da Fórmula 1 – mais propriamente da tomada do controlo da empresa que detém os direitos comerciais – por parte do grupo norte-americano da Liberty Media ainda está dependente da aprovação dos accionistas da empresa que sucederá no próximo mês. Porque, até aqui, a Liberty Media ainda só adquiriu 18,7% da CVC Capital Partners.
É para passar a deter a maioria do capital, operação prevista para o próximo ano, que os accionistas da empresa norte-americana serão chamados a votar, no dia 17 de Janeiro. Em teoria, esta votação será apenas uma formalidade para dar luz-verde à tomada do controlo da parte comercial da Fórmula 1, com Chase Carey a passar a ser a cara dos novos proprietários. Carey já este ano foi a diversos Grandes Prémios, inteirando-se dos vários problemas que a F1 enfrenta, de forma a preparar uma nova estratégia comercial.
Resta, contudo, perceber se a Liberty Media – e esta é uma dúvida que se vem avolumando… – possui o capital necessário para a concretização do negócio e estamos a falar de um total de 4,4 mil milhões de dólares, só pela parte detida pela CVC Partners. O convite endereçado pelos americanos para as equipas se tornarem, também elas, accionistas do desporto foi visto como um… pedido para que as escuderias ajudassem a reunir o capital necessário à compra!
Daí Bernie Ecclestone ter deitado mais algumas achas para a fogueira: «Nunca contei o dinheiro deles. Não conheço a empresas deles, não faço ideia. Eles pagaram o que tinham a pagar, compraram uma pequena parte da companhia e pagaram. Ficaria surpreendido se o negócio não fosse em frente, mas se não for não vai… A CVC continuará com as suas acções, menos aquelas que venderam».
Ou seja, a tão falada venda da F1 aos norte-americanos está tudo menos definida e resolvida. Quer internamente, dentro da própria Liberty Media, quer até externamente, a nível das autoridades europeias (Comissão Europeia) e até das britânicas da concorrência, que poderão lançar uma investigação… E, entretanto, Bernard Charles Ecclestone continua, aos 86 anos, a «distribuir jogo»!