Ao fim de dois dias com chuvas torrenciais, as condições atmosféricas em Singapura melhoraram bastante, embora a neblina provocada pelo fumo arrastado desde a vizinha ilha indonésia de Sumatra ainda não se tenha dissipado. No entanto, ao fim da tarde de hoje – em Singapura são mais sete horas que em Portugal Continental – o índice de poluição (PSI) tinha baixado para 74, valor considerado moderado.
A organização do Grande Prémio insiste que a prova se irá mesmo realizar, bem como todas as actividades paralelas que incluem inúmeros concertos, nomeadamente um dos Bon Jovi, após a corrida. Contudo, as autoridades locais avisam que as condições poderão alterar-se rapidamente, caso persistam os ventos que sopram desde Sumatra.
Do lado dos elementos da F1, a primeira voz de preocupação que soou foi a de Jenson Button. Tendo estado cinco dias a treinar-se em Pukhet (Tailândia) com atletas de triatlo (a sua modalidade favorita, fora da F1), o piloto britânico ficou preocupado com o ambiente que sentiu nas ruas de Singapura: «O único problema que podemos ter na corrida é, eventualmente, tossirmos. Mas o pior pode ser após a corrida, podemos ter problemas de saúde porque, durante a prova, levamos o corpo mesmo aos limites!», referiu.
«Espero que tudo corra bem, estou a fazer figas!», disse Button. «Mas todos sabemos que não é bom e, ao volante daqueles carros, o ritmo cardíaco é muito elevado». Referindo que alguns pilotos chegam a atingir as 170 batidas por minuto, o britânico especificou o seu caso: «Eu fico num patamar mais baixo, treino muito triatlo e estou mais relaxado no carro, mas faço 150 ou 155 o que é muito elevado para mim».
Os organizadores insistem em manter os planos o que, atendendo às melhorias das últimas horas, faz todo o sentido. «As condições podem mudar muito depressa e, de momento, não é possível prever com rigor o nível de poluição ao longo do fim-de-semana», referiu um porta-voz da organização. Fenómeno habitual naquela zona, esta neblina proveniente das queimadas na ilha de Sumatra tiveram este ano consequências muito mais gravosas, tanto em Singapura como na Malásia, por um lado por ter havido muitas actividades ilegais na Indonésia e, por outro, pelo fenómeno meteorológico El Niño, mais intenso este ano e a criar condições muito secas e propícias a incêndios na região.