Como tudo o que é feito na China moderna, o Shanghai International Circuit onde amanhã arranca a terceira prova do Mundial de F1 deste ano, é uma obra «em grande», talvez um dos maiores monumentos do campeonato da disciplina rainha do desporto automóvel.
Visualmente, o principal ícone são as enormes estruturas que ligam as gigantescas bancadas com lugar para 29 mil espectadores aos edifícios que albergam as «boxes», centro de imprensa e diversas «suites» para os patrocinadores receberem os seus convidados. As bancadas atingem a altura aproximada de um prédio de nove andares e, dos lugares mais altos, consegue ver-se cerca de 80% da pista de 5,4 km de extensão.
Mas esta obra começou logo por se destacar na sua construção que envolveu meios invulgares para se erguer em apenas 18 meses numa enorme área pantanosa que teve de ser totalmente drenada. O investimento atingiu os 400 milhões de euros e três mil pessoas estiveram envolvidas na obra, para criar uma pista desenhada pelo incontornável Hermann Tilke, com um «layout» inspirado no caracter chinês «shang» com que se inicia a palavra Xangai e que significa «alto» ou «acima».
Todas as restantes bancadas têm coberturas exóticas, a fazer lembrar as flores de lótus. No «paddock», cada equipa tem direito a uma espécie de «bungalow» como centro de apoio, pequenos pavilhões lacustres construídos sobre um lago e no meio de uma frondosa vegetação, de forma a fazer lembrar o jardim Yuyan, em Xangai. Instalações luxuosíssimas, com o «senão» de, por vezes, ao fim da tarde, as memórias do antigo pântano revisitarem as moderníssimas instalações, sob a forma de um cheiro mais intenso ou de alguns mosquitos mais incomodativos…
Em torno da pista de Xangai foi também crescendo um pólo universitário onde se formam os engenheiros que alimentarão a cada vez mais pujante indústria daquele que já é o maior mercado automóvel do Mundo! É nestas instalações luxuosas e de grande sumptuosidade que, a partir de amanhã, acolherá o G.P. da China.