Os quatro construtores envolvidos na F1 estão dispostos a fornecer motores às equipas privadas a metade dos preços actuais! Ou, em contrapartida, segundo Sergio Marchionne, presidente da Ferrari, desenvolver um motor alternativo e mais barato desde que a Formula One Management (FOM), a empresa de Bernie Ecclestone detentora dos direitos comerciais da F1, subsidie a sua construção!
Este é mais um capítulo do prolongado braço-de-ferro entre a FIA e a FOM, com a sua proposta de um motor independente e a baixo custo, e os construtores que são contra essa possibilidade e têm até à próxima sexta-feira para apresentar um conjunto de propostas alternativas para aliviar o fardo financeiro das equipas mais pequenas com os motores.
Segundo a revista alemã «Auto Motor und Sport», os quatro construtores – Mercedes, Ferrari, Renault e Honda – já estarão de acordo que mais vale fornecerem os actuais motores a preços na ordem dos 12 milhões de euros por ano (os preços actuais atingem quase o dobro…) e manterem os actuais V6 Turbo híbridos, do que correrem o risco de serem obrigados a ter de conceber novos motores, se a autoridade desportiva decidir alterar os regulamentos técnicos… Para tornar os actuais propulsores mais baratos, os construtores estão na disposição de partilhar diversos componentes, como baterias, sistemas de recuperação de energia ou os turbos.
Uma solução que não será do agrado de Ecclestone que continua a defender o regresso a motores mais simples, para que empresas independentes (como a Ilmor ou a Mecachrome) possam também entrar no «mercado». Em alternativa, Marchionne diz que a Ferrari está disposta a juntar-se ao projecto de um motor alternativo e mais barato, podendo até partilhar alguma da sua tecnologia, mas que alguém terá de pagar tudo isso…
«Se chegarmos à Mercedes e lhes dissermos ‘por favor dispensem-nos um grupo dos vossos engenheiros para desenvolvermos, em paralelo, um motor diferente, distinto do que a Mercedes tem e que respeita as regras da F1’, então penso que a FOM deveria cobrir a verba necessária para isso», declarou Marchionne. «A Ferrari gasta imenso dinheiro na F1, tal como a Mercedes e parece que o único vencedor é o Bernie. Ora isso é totalmente inaceitável!».