Gian Paolo Dallara é um novo incontornável quando se fala em automóveis de competição, tendo projectado carros para particamente todas as categorias que correm em circuitos. Indirectamente, está também envolvido na F1, através do esforço que faz anualmente na construção do chassis utilizado pela Haas.
Já esta semana os dois pilotos da equipa, Grosjean e Magnussen, estiveram em Itália, nas instalações da Dallara, para moldar os bancos que utilizarão no Haas VF-17. Daí que o octogenário engenheiro, que já concebeu largas dezenas de carros de competição, seja uma pessoa abalizada para falar dos novos regulamentos técnicos da F1… e não se mostre muito entusiasmado.
«Enquanto engenheiro não consigo compreender porque se focaram tanto no aumento do apoio aerodinâmico…», declarou Gian Paolo Dallara, o engenheiro italiano de 80 anos. «Tecnicamente vai tornar as ultrapassagens quase impossíveis porque nenhum piloto conseguirá seguir de perto o carro da frente. Queixamo-nos da falta de espectáculo na F1 e, depois, as regras evoluem na decisão oposta…».
Já em relação a uma eventual melhoria do espectáculo da F1, depois da sua compra por uma empresa norte-americana, o experiente Dallara tem claramente a sua opinião mas… joga muito à defesa…
«Como é sabido, a Dallara tem uma grande presença na América, onde há uma obsessão para nivelar a competição, seja lá como for. Mas a F1 segue uma filosofia diferente, até inventou o ‘safety car’ virtual para manter as distâncias num período de ‘safety car’, é quase um choque de culturas. Mas não me perguntem qual é a melhor, acho que seria suspeito…».