Foi a primeira mulher a alinhar numa corrida de Fórmula 1 e ainda na década de cinquenta, quando a acessibilidade das mulheres ao desporto motorizado era ainda mais difícil do que é hoje! Maria Teresa de Filippis, um grande exemplo de perseverança, faleceu aos 89 anos, sem nunca ter deixado esmorecer o seu grande amor pela Maserati!
Nascida em Nápoles, a 11 de Novembro de 1926, De Filippis destacou-se como cavaleira na sua adolescência, mas não resistiria ao apelo do desporto motorizado, a que se dedicaria a partir dos 22 anos, pouco depois da II Guerra. Teve algumas actuações meritórias nas provas italianas que lhe valeram uma ligação à Maserati, tendo corrido várias prova de resistência pela equipa oficial.
A sua aventura na Fórmula 1 começou no G.P. do Mónaco de 1958, ainda e sempre com um Maserati – um 250 F inscrito como privado –, mas não conseguira qualificar-se, tal como um certo… Bernie Ecclestone! Na prova seguinte, na Bélgica, no monumental circuito de Spa, conseguiria terminar o seu único Grande Prémio, na 10.ª posição, já que abandonaria as outras duas provas feitas nesse ano, Portugal (na Boavista) e Itália, sempre por avaria do motor.
No ano seguinte ainda tentou, sem êxito, a qualificação para o G.P. do Mónaco com um Porsche, mas viria a retirar-se das competições pouco depois, aos 33 anos, na sequência da morte do seu amigo Jean Behra, numa corrida de suporte do G.P. da Alemanha, em Avus. Nunca deixou de ser acarinhada de cada vez que comparecia num «paddock» e mostrava-se emocionada sempre que reencontrava uma das suas antigas máquinas. A F1 teve de esperar 16 anos até que outra mulher, a sua compatriota Lella Lombardi, alinhasse num Grande Prémio.