Por vezes há decisões na Fórmula 1 que nos fazem esboçar um sorriso por parecerem quase surreais… Ainda no domingo, após o G.P. do Mónaco sucedeu uma situação dessas que suscitou algumas gargalhadas e várias piadas mas que, analisando de forma rigorosa, faz todo o sentido apesar, lá está, do «non sense» aparente: tendo já anunciado publicamente que fazia ali a sua última corrida de F1, Jenson Button foi penalizado com cinco lugares na grelha de partida… da próxima.
Dito assim, de repente, parece uma brincadeira. Mas, de facto, é assunto sério e os comissários desportivos não podiam ter actuado de outra forma, fazendo todo o sentido a aplicação daquela sanção. Recorde-se que Button provocou um acidente «feio», em que o Sauber de Pascal Wehrlein ficou assente de lado e encostado ao «rail», tendo o piloto alemão chegado a bater com a cabeça na protecção. O que o obriga a fazer um «scan» à coluna devido à lesão sofrida no início do ano, na Corrida dos Campeões, e que o afastou das duas primeiras corridas.
O próprio Button assumiu a culpa da colisão… «Ele não me podia ver, nestes carros a visibilidade traseira é muito reduzida… Assim, da minha última prova de F1 vou recordar-me apenas da qualificação». Mas os comissários analisaram o acidente e aplicaram-lhe a penalização de cinco lugares na grelha na sua próxima corrida e dois pontos na superlicença. Que raio de castigo para quem se retirou ali, poderá pensar-se… Mas não é bem assim. Não esqueçamos que Button tem contrato com a McLaren como piloto de reserva, portanto basta haver qualquer impedimento por parte de Alonso ou Vandoorne numa ou em mais das 14 provas que ainda faltam para o britânico ter de voltar à acção. E, aí, terá de cumprir a penalização bem decidida.
Outro piloto penalizado foi Sergio Perez, pela colisão com que eliminou Daniil Kvyat (Toro Rosso) já na fase final da prova. Uma manobra demasiado grosseira aos olhos dos comissários que lhe aplicaram uma penalização de 10 s que não afectou a sua classificação, mais dois pontos na superlicença que passa agora a somar cinco.
