Os actuais F1 são demasiado lentos e seguros, deve ser feito algo que os torne mais arriscados e difíceis de pilotar! O primeiro a assumir esta posição foi um piloto no activo, Kimi Raikkonen, prontamente secundado por Niki Lauda. Porque, defendem implicitamente, esta F1 não deve ser… para meninos!
«Quando cheguei à F1 era muito mais emocionante para toda a gente, era realmente o topo, mas isso foi há muito tempo», disse Raikkonen, recordando a sua estreia, num Sauber, em 2001. «Esperava que os carros se tornassem cada vez mais rápidos, mas as mudanças das regras… Parece que tentam torná-los mais lentos».
E o finlandês da Ferrari explicou a sua posição ao francês «Canal +»: «Algo tem de ser feito para a F1 ser mais excitante para quem assiste, para que a velocidade se veja bem e até tornar um pouco mais perigoso. Faz parte do jogo… Não queremos que ninguém se magoe, mas esse factor torna as coisas mais excitantes».
Niki Lauda, presidente não-executivo da Mercedes, começa por recordar a sua chegada à F1… sem meias-palavras! «Quando subi da F2 para a F1 borrei as calças!». E opina: «Os carros devem ser guiados por homens e não por miúdos que conseguem brincar com os botões no volante. Só os pilotos verdadeiramente talentosos deveriam estar na Fórmula 1. Há muito controlo, muitas regras e os pilotos carismáticos vão desaparecendo».
O tricampeão austríaco explicou ainda ao alemão «Bild»: «Deve haver mais liberdade para os engenheiros e construtores. Mas, acima de tudo, os carros devem ser mais difíceis de guiar. Os pilotos agora guiam por botões, o factor risco perdeu-se».
Lauda ressalva, contudo, que não quer que se abra mão da segurança: «Mais arriscados sim, mais perigosos não! Mas se os carros fossem mais rápidos, o entusiasmo para pilotos e espectadores seria muito maior. Mas sem manipulações artificiais, como grelhas invertidas ou sistemas de lastro, como Bernie Ecclestone defende. Isso não pode acontecer!».