No próximo fim-de-semana não teremos só a 3.ª prova do Mundial de Fórmula 1 mas também a abertura do Mundial de Resistência, em Silverstone (Inglaterra). Um campeonato em que as três marcas oficiais – Audi, Porsche e Toyota – também alinham automóveis híbridos, mas bem diferentes dos Fórmula 1 actuais.
Acumulando, este ano, o lugar da Force India na F1 com o papel de piloto oficial da Porsche nas 24 Horas de Le Mans, Nico Hulkenberg é a pessoa ideal para dar uma ideia do mundo de diferenças que separa aqueles dois híbridos, embora faça logo uma ressalva, em declarações ao site «GPUpdate»: «No final, são dois carros de competição com quatro rodas e um volante e tenho de os guiar depressa!».
Em relação ao Force India VJM08, Hulkenberg adianta a principal diferença do Porsche 919 Hybrid: «É um carro de tracção às quatro rodas, com controlo de tracção à frente e atrás, portanto é um ‘jogo’ totalmente diferente. O facto de o carro ter um tejadilho faz com que o ambiente seja diferente e a visibilidade é bastante pior. Sinto falta do barulho do vento, é bem diferente…».
Mas o alemão também encontra algumas semelhanças, em especial «a forma como os sistemas híbridos trabalham». «Os sistemas funcionam automaticamente e muito bem. Há muita potência do módulo híbrido, até mais no Porsche que no Force India, mas os regulamentos na Resistência dão mais liberdade e permitem fazer coisas diferentes».
A principal distinção entre os dois campeonatos acaba por ser, segundo Hulkenberg, a forma como os pilotos trabalham, na F1 de forma isolada, na Resistência tendo de formar um trio coeso: «É uma atmosfera muito mais aberta, os pilotos falam uns com os outros e dão conselhos, dizem ‘experimenta isto’ ou ‘tem cuidado ali’, enquanto a F1 é uma disciplina mais ‘egoísta’», conta, depois dos testes feitos com os seus colegas de equipa na Porsche, Earl Bamber e Nick Tandy.