Com um total de 113 voltas ao circuito do Bahrain, Fernando Alonso teve uma estreia intensa ao volante de um dos mais competitivos automóveis do Mundial de Resistência, o Toyota TS050 Hybrid, precisamente o mesmo chassis que, na véspera, tinha ganho as 6 Horas do Bahrain, prova de encerramento do campeonato deste ano.
Foi a sua introdução a este novo mundo que, já o disse por várias vezes, está nos seus planos para quando abandonar a F1. Ou até antes, confirmando-se as suas intenções de participar na próxima edição das 24 horas de Le Mans, com a estreia já confirmada, em Agosto, nas 24 horas de Daytona, com um carro da categoria LMP2 da United Autosports.
Mas hoje foi dia de descoberta dos fascinantes carros híbridos de LMP1 com mais de 1000 cv. «Já quando nos tinha visitado, em Colónia [a 8 de Novembro, quando fez o banco e testou no simulador] sentimos o seu entusiasmo e paixão por este desporto e é um prazer oferecermos-lhe este teste num carro híbrido de LMP1», dissera o presidente da equipa Toyota Gazoo Racing, Hisatake Murata.
Hoje, de início, foi Sebastian Buemi quem foi com o carro para a pista, de forma a perceber se estava tudo em condições para o convidado especial… Depois, foi a vez de Alonso se sentar no Toyota e percorrer um total de 113 voltas ao longo de duas horas de manhã, mais três horas à tarde, terminando com a melhor marca de 1.43,013. O que compara com a marca de 1.42,381 estabelecida pelo piloto da Toyota, Mike Conway, a fazer testes de pneus no outro carro da equipa.
O director da equipa Toyota, Pascal Vasselon, explicou que em momento algum se tentou que alonso fizesse uma volta rápida, nem nunca o carro foi preparado para isso: «Não fizemos qualquer volta com pouco combustível, nem tentativas de qualificação, hoje não havia nenhum troféu a ganhar. Trabalhámos um pouco com o Fernando que, depois de se familiarizar com o carro, nos ajudou com o desenvolvimento dos pneus, ajudando no trabalho que o Mike estava a fazer».
Alonso considerou que tinha sido um «grande dia», no final de uma jornada em que andou fugidio dos jornalistas, recusando-se sempre a responder a quaisquer perguntas, bem diferente daquele Alonso tão disponível que apareceu em Indianápolis quando precisava de conquistar os «States»… Só mesmo no final fez um curto balanço do dia.
«Testar um carro de LMP1 é sempre interessante para um piloto porque estes carros são espantosos de guiar. São muito consistentes ao longo de todo um turno, o que é muito positivo. Há muito tempo que queria experimentar um carro destes e agora que o consegui só posso estar satisfeito», disse o piloto espanhol… segundo o comunicado da Toyota.
E continuou a não responder directamente em relação à participação em Le Mans no próximo ano, dizendo apenas que «seria bom, um dia». «Não sei quando, mas a Resistência é um dos meus objectivos após a F1», explicou o piloto que, sabe-se já, irá estrear-se na disciplina em Janeiro, em Daytona… Quanto a futuros testes com a Toyota, Vasselon não quis confirmar (nem desmentir) se Alonso irá participar no que está marcado para o traçado espanhol de Aragon, no início do próximo mês.