A Comissão Europeia (CE) poderá lançar uma investigação fiscal sobre o mundo da Fórmula 1, na sequência de notícias recentemente divulgadas e que apontam para pagamentos muito reduzidos de impostos. Calcula-se que um conjunto de empresas ligado à F1 tenha pago, na última década, cerca de 450 milhões de euros menos em impostos do que devia, graças a uma contabilidade… criativa.
Foi uma reportagem no jornal britânico «The Mail on Sunday» que levantou o problema, revelando que as companhias ligadas à F1 teriam pago apenas 5,9 milhões de euros de impostos provenientes de lucros estimados em 418 milhões, de uma facturação de 1,53 mil milhões de euros. Ou seja, uma taxa fiscal cerca de oito vezes inferior à que as empresas costumam pagar…
Não que aquelas companhias tenham cometido ilegalidades ou fugas ao Fisco, mas terão recorrido a práticas de transferências de lucros na forma de empréstimos a empresas «offshore» que se traduzem em perdas na sua contabilidade nas sedes europeias. Um sistema semelhante ao utilizado pela Apple e Amazon que, sendo uma prática legal, levou a Comissão Europeia a impor uma gigantes multa de 13 mil milhões de euros à marca da maçã, no início deste ano…
No caso da Apple, a transferência de lucros era feita para a Irlanda que lhe dava um estatuto fiscal especial, o que a CE considerou ser um auxílio estatal directo a uma empresa, algo que é proibido. A Comissão Europeia não confirmou qualquer investigação sobre os negócios da F1, mas também não recusou a hipótese…