Primeiro «match point» do Mundial de Pilotos de Fórmula 1! Em Austin, nos Estados Unidos, Lewis Hamilton tem, este fim-de-semana, a sua primeira hipótese de arrumar definitivamente a questão do título e garantir a conquista do terceiro ceptro. E as contas nem são propriamente difíceis: Hamilton será campeão se marcar mais 9 pontos que Vettel e mais 2 que Rosberg.
Ou seja, basta repetir-se um cenário que já sucedeu quatro vezes este ano – Austrália, China, Grã-Bretanha e Japão –, com Hamilton a vencer, seguido de Rosberg e Vettel, para o campeão de 2014 revalidar o título. E o britânico já mostrou como gosta da pista norte-americana, tendo ganho duas das três corridas aí realizadas (2012 e 2014)! Além desta hipótese há, obviamente, inúmeras outras possibilidades para tornarem Hamilton o primeiro britânico a conseguir dois títulos consecutivos e o segundo (a seguir a Sir Jackie Stewart) a sagrar-se tricampeão.
Esta é uma pista em que o acerto do chassis é crucial, bem como a importância da aerodinâmica, em especial nas curvas de alta velocidade que marcam a primeira parte do traçado. Logo, os Mercedes deverão sentir-se à vontade e só Rosberg poderá tentar travar Hamilton, caso se livre da má sorte que o tem acompanhado ultimamente e que o levou até a baixar ao 3.º lugar no Mundial. «Eu não estou a lutar com o Vettel, estou a lutar com o Lewis!», insiste o alemão. Já Hamilton tenta evitar euforias contraproducentes: «Sei por experiência que, neste desporto, nada está feito até estar feito, portanto não dou nada por garantido e a minha abordagem à corrida será a mesma de todas as outras».
Dois factos merecem ainda ser assinalados: Alexander Rossi volta a guiar o Manor Marussia, o que significa que o G.P. dos Estados Unidos volta a ter um piloto norte-americano, o que não sucede desde 2007, quando Scott Speed guiou um Toro Rosso em Indianápolis; a Sauber comemora o seu 400.º Grande Prémio, embora haja alguns «fundamentalistas» das estatísticas que não concordam por a equipa suíça incluir naquele número as 89 corridas feitas como BMW-Sauber… Mas será motivo de comemoração.
A «assinatura» do Circuito of the Americas (ou COTA), que muito agrada aos pilotos, é a íngreme subida até ao apertado gancho da curva 1, a que se segue uma inclinada descida, quase como se de uma montanha-russa se tratasse! Aliás, o «mergulho» para o gancho da curva 1 e a forte travagem para a curva 12, no final da longa recta de cerca de 1 km, são os pontos de ultrapassagem por excelência.
A primeira parte da pista é a que maior gozo de pilotagem proporciona, com várias curvas de alta velocidade encadeadas. Segue-se a tal recta e a fase final da volta é uma zona mais lenta e técnica, com uma parte a simular a famosa entrada no estádio de Hockenheim. No geral, uma pista que é do agrado dos pilotos e que tem proporcionado corridas animadas com bons duelos e belas ultrapassagens, graças às duas zonas de utilização do DRS, a longa recta e a da meta.
A Pirelli porá à disposição das equipas os pneus macios (amarelos) e médios (brancos), prevendo uma diferença de «performance» entre eles na ordem dos 0,8 s/volta. Há um ano, a estratégia vencedora foi de duas paragens nas «boxes», o que se deverá repetir este ano, até porque, sendo o «pit lane» relativamente curto, não se perde demasiado tempo.
Do ponto-de-vista dos travões, a pista de Austin é de exigência mediana, essencialmente por causa de duas violentíssimas travagens para curvas muito lentas, a 11 e a 12. Nesta, no final da extensa recta, os pilotos sofrem das mais fortes desacelerações do ano, chegando a encaixar forças de 6 G’s! Segue-se uma zona lenta em que o sistema de travagem é solicitado mas em que as velocidades não são elevadas e, no resto da volta, os travões podem recuperar a temperatura ideal de funcionamento.
Nesta altura do ano ainda faz bastante calor na zona de Austin, mas também são usuais as trovoadas. E as mais recentes previsões prevêem essa possibilidade com forte grau de certeza para sexta e sábado e até uma hipótese considerável de haver chuva no domingo... Os treinos livres do G.P. dos Estados Unidos disputam-se na sexta-feira às 16 e às 20 horas (de Portugal Continental) e no sábado, às 16 horas. A qualificação tem lugar no sábado às 19 horas e a corrida arranca no domingo, às 19 horas.