Nico Rosberg conseguiu a sua 28.ª «pole position» e… não é notícia porque fez, afinal, a sua obrigação e aquilo que todos esperavam que fizesse, demonstrando a superioridade do Mercedes. No entanto, não o conseguiu com a vantagem que se esperava numa pista como Spa-Francorchamps, deixando em aberto um início muito interessante para o G.P. da Bélgica!
Numa pista rápida e com quase sete quilómetros, conseguir a «pole» apenas com menos de dois décimos de avanço sobre Verstappen (Red Bull) e Raikkonen (Ferrari) não é propriamente uma vantagem tão gigantesca quanto a superioridade dos Mercedes deixaria antever. Em especial no fim-de-semana em que estrearam uma nova evolução do motor que «custou» cinco fichas… E amanhã, à partida, arrancando com pneus macios enquanto Verstappen arrancará a seu lado com supermacios e… sem nada a perder, terá de ser cuidadoso e, se não conseguir manter o comando, ter algum cuidado.
Embora já soubesse que ia largar do fim da grelha, Fernando Alonso nem conseguiu fazer uma volta, com novo problema mecânico no McLaren logo no início do Q1. Hamilton limitou-se a fazer uma volta lançada mas em ritmo moderado e já dava entrevistas antes do final do treino que pouco contava… A curiosidade era se Esteban Ocon conseguiria passar ao Q2 na sua estreia e por pouco não o conseguiu, mesmo nos segundos finais. Rosberg usou pneus macios e fez um tempo muito parecido aos dos restantes adversários com supermacios, com destaque para Massa (Williams) que foi o mais rápido.
E repetiu a «gracinha» logo na entrada do Q2 fazendo um tempo fantástico logo de entrada, de novo com pneus macios e mostrando, finalmente, o jogo: pela primeira vez este fim-de-semana, a Mercedes exibiu toda a rapidez do seu carro… e condicionou a estratégia dos adversários. De tal forma que os Ferrari e Ricciardo também foram para a pista com pneus macios, o que significa que todos arrancarão amanhã com esses para a corrida, enquanto Verstappen largará de supermacios. Para a Renault foi a melhor qualificação do ano, sinal inequívoco da evolução do grupo propulsor.
Na fase decisiva da qualificação, Nico Rosberg «calçou» finalmente os pneus supermacios e, sem surpresa, colocou-se no topo dos tempos para garantir a «pole». Mas contaria: «Tem sido um fim-de-semana especialmente difícil, de manhã estava fora do ritmo de qualificação. Mas fizemos algumas alterações no carro e as coisas melhoraram. Mas espero uma corrida difícil, vai acontecer muita coisa, tanto a nível de pneus como de estratégia», comentou o alemão.
Cedo se viu que, apesar de ter pulverizado a «pole» de 2015, o seu tempo não era nada de inalcançável e Verstappen ficou lá perto… mas sem grandes ilusões. «Claro que podia ter feito melhor, mas acho que o Nico também. Já fico contente por estar tão perto dos Mercedes, numa pista com tantas rectas e depois de ter tido problemas de manhã que os meus mecânicos conseguiram resolver», referiu o mais jovem piloto de sempre a conseguir um lugar na primeira linha.
A segunda linha ficou ocupada pelos Ferrari que perdiam tempo com um estranho problema de falta de tracção mesmo na última curva que deixou Vettel em 4.º e à beira de um ataque de nervos… Já Raikkonen, apesar do 3.º posto, também se queixava: «Perdi dois décimos na última chicane, talvez a ‘pole’ estivesse ao alcance, o que acaba por ser um pouco desapontante. Mas, comparando com as últimas corridas, temos de estar satisfeitos».
Os dois Force India conseguiram bater o Williams de Bottas, com Perez melhor que Hulkenberg, enquanto Massa falhou totalmente a sua volta, sendo até batido por Button que deu à Honda um 8.º tempo que é um justo prémio à evolução feita pela marca nipónica no seu motor. Tempos da sessão de qualificação:
Pos | Piloto | Equipa | Q1 | Q2 | Q3 |
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01 | Nico Rosberg | Mercedes | 1:48.019 | 1:46.999 | 1:46.744 |
02 | Max Verstappen | Red Bull | 1:48.407 | 1:47.163 | 1:46.893 |
03 | Kimi Raikkonen | Ferrari | 1:47.912 | 1:47.664 | 1:46.910 |
04 | Sebastian Vettel | Ferrari | 1:47.802 | 1:47.944 | 1:47.108 |
05 | Daniel Ricciardo | Red Bull | 1:48.407 | 1:48.027 | 1:47.216 |
06 | Sergio Perez | Force India | 1:48.106 | 1:47.485 | 1:47.407 |
07 | Nico Hulkenberg | Force India | 1:48.080 | 1:47.317 | 1:47.543 |
08 | Valtteri Bottas | Williams | 1:48.655 | 1:47.918 | 1:47.612 |
09 | Jenson Button | McLaren | 1:48.700 | 1:48.051 | 1:48.114 |
10 | Felipe Massa | Williams | 1:47.738 | 1:47.667 | 1:48.263 |
11 | Romain Grosjean | Haas | 1:48.751 | 1:48.316 | |
12 | Kevin Magnussen | Renault | 1:48.800 | 1:48.485 | |
13 | Esteban Gutierrez | Haas | 1:48.748 | 1:48.598 | |
14 | Jolyon Palmer | Renault | 1:48.901 | 1:48.888 | |
15 | Carlos Sainz | Toro Rosso | 1:48.876 | 1:49.038 | |
16 | Pascal Wehrlein | Manor | 1:48.554 | 1:49.320 | |
17 | Felipe Nasr | Sauber | 1:48.949 | ||
18 | Esteban Ocon | Manor | 1:49.050 | ||
19 | Daniil Kvyat | Toro Rosso | 1:49.058 | ||
20 | Marcus Ericsson | Sauber | 1:49.071 | ||
21 | Lewis Hamilton | Mercedes | 1:50.033 | ||
22 | Fernando Alonso | McLaren |
Estes foram os tempos da qualificação… Quanto à grelha de partida para o G.P. da Bélgica será bastante diferente, tal a quantidade de penalizações a «misturar». Sabe-se que a última linha será Alonso (McLaren) e Hamilton (Mercedes), por força das penalizações de 35 e 55 lugares, respectivamente. Há ainda os dez lugares de Marcus Ericsson (Sauber) pelo turbo novo e os cinco de Esteban Gutierrez por manobra imprudente no terceiro treino livre que ainda lhe valeu três pontos na superlicença (já tem sete). O G.P. da Bélgica arranca amanhã às 13 horas de Portugal Continental e Madeira.