Seja em velocidade pura ou em séries mais longas de voltas, os Mercedes pareceram muito à frente da concorrência, no final do primeiro dia de treinos para o G.P. da Grã-Betanha. A tabela de tempos diz-nos isso, mas a experiência mostra-nos que tirar conclusões dessas à sexta-feira é sempre um exercício arriscado e que a Ferrari ainda terá muito para evoluir e recuperar a distância.
Prova disso foi a resposta do engenheiro de Lewis Hamilton quando este, a ser o mais rápido na simulação de corrida, lhe perguntava se estava a ter um bom andamento: «É difícil de dizer, não sabemos com que quantidade de combustível o Vettel está a andar». Porque, em ritmo de prova, o Ferrari podia estar mais lento mas por pouco…
Se Bottas voltou a ser o mais rápido, com pneus supermacios e um tempo já a caminhar para a zona inferior do segundo 1.28 (menos 0,8 s que o melhor do ano passado), as atenções têm de se centrar em Hamilton que, afinal, fez apenas mais 47 milésimos mas com pneus macios. Depois, com os supemacios, cometeu um erro em Becketts, temendo até ter danificado o carro ao passar sobre o corrector. O finlandês liderou as duas sessões de treinos mas, aparentemente, é Hamilton que continua em posição mais forte.
Raikkonen parece ter acusado o toque dos «recados» do presidente da Ferrari e começou a andar bem depressa. Mas também é verdade que o finlandês sempre se deu bem com Silvestone, tendo há um ano ficado à frente de Vettel na grelha. Refira-se ainda que tanto os Mercedes como os Ferrari estrearam motores novos em Silverstone, operações que já estavam planeadas.
Num treino que, na frente, acabou muito arrumadinho, os Red Bull ainda não se mostraram ao nível dos Ferrari, com Vestappen melhor que Ricciardo. O holandês queixou-se de que o seu carro estava inguiável mas, depois de alterações das afinações parece ter encontrado o caminho numa sessão marcada por várias saídas no encadeamento de curvas rápidas de Becketts, provavelmente pelas rajadas de vento lateral que se faziam sentir e a que estes carros são muito sensíveis: Verstappen, Massa, Sainz, Raikkonen e Ricciardo foram algumas das vítimas…
Atrás dos «três grandes» está tudo muito embrulhado, com Hulkenberg a pôr o Renault em evidência. Destaque ainda para o tempo de Fernando Alonso que, com a Spec 3 do motor Honda, parece em condições de lutar por lugares do meio do pelotão. O problema é que terá já cinco lugares de penalização na grelha garantidos e poderão vir ainda mais… Tempos do segundo treino:
Amanhã a agenda é mais curta mas… mais compacta: apenas uma hora de treino livre a parti das 10 horas de Portugal Continental e Madeira, seguindo-se a qualificação, a partir das 13 horas. Que, diga-se, nem será das mais decisivas da temporada: desde 2011, só nos últimos dois anos o vencedor da corrida largou da «pole position»!
