Esmagador! Lewis Hamilton chegou à Malásia disposto a contrariar a superioridade com que Nico Rosberg regressou das férias e está a demonstrá-lo de forma espantosa, tendo conseguido a sua 57.ª «pole position» com uma volta espectacular! Terá agora de se concentrar naquilo em que tem tido mais dificuldades este ano: transformar a «pole» numa vitória…
Antes mesmo da qualificação, Charlie Whiting emitiu uma clarificação importante: a partir de agora, sempre que haja duplas bandeiras amarelas e para que se acabem de uma vez por todas as discussões sobre se os pilotos levantaram ou não o pé o suficiente, todas as tentativas de volta rápida deverão ser abandonas. Ponto!
A primeira parte da qualificação mostrou como o plantel actual da F1 está tão compacto, pois os 16 que conseguiram passar ao Q2 ficaram separados por 1,2 s! Já se sabia que Alonso nem iria tentar apurar-se, rodando apenas com pneus médios. De resto, ficaram de fora os dois Manor e os dois Sauber (Ericsson foi despromovido no último segundo quando o Haas de Gutierrez se salvou), além de Jolyon Palmer (Renault) que cometeu um erro na sua última volta. Lá na frente, os dois Mercedes juntinhos, mas com os dois Ferarri (Raikkonen um milésimo à frente de Vettel!) a apenas um décimo.
Mas isso foi no Q1 porque, assim que o Q2 arrancou, os Mercedes abriram o jogo e Hamilton tirou 1,4 s ao melhor tempo que tinha sido feito em todo o fim-de-semana, com 1.33,046! O seu potencial exibia-se pela primeira vez, deixando Rosberg a meio segundo e, de repente, o recorde da pista – 1.32,582 da «pole» de Alonso em 2005 – deixava de ser uma miragem.
No jogo da eliminação, os dois Toro Rosso (Kvyat 0,005 s melhor que Sainz!), o Renault de Magnussen e os dois Haas não foram surpresa. Já Valtteri Bottas ficou de fora por culpa própria, devido a um erro na última curva que permitiu que os dois Force India passassem ao Q3. Destaque ainda para o fantástico 8.º tempo de Jenson Button, mesmo sem a mais recente evolução do motor Honda, mostrando que, aos poucos, a McLaren está mesmo a andar para a frente.
Na última e decisiva fase, a muito esperada «guerra» entre os pilotos da Mercedes acabou por não suceder por… quebra de Nico Rosberg que cometeu um erro na última curva, logo aí baqueando perante um Lewis Hamilton soberbo que ficou a menos de três décimos do tal recorde de 2005 inalcançável! Isto… apesar de uma ligeira atravessadela em cima de um corrector! «Sim, a volta podia ter sido um pouco mais rápida», dizia Hamilton com um sorriso matreiro. «O carro esteve incrível, o melhor de sempre! Mas na corrida teremos a concorrência dos Red Bull e dos Ferrari que se mostraram sempre rápidos nos treinos. Mas com este asfalto mais macio, os pneus funcionam melhor e nós também estamos mais fortes!».
Rosberg ficou apenas com o 5.º tempo e sob enorme pressão. De tal forma que, na sua última tentativa, teve de garantir que fazia o «q.b.» para garantir a primeira linha, não se podendo dar ao luxo de arriscar para atacar Hamilton. Que, percebendo isso, nem fez mais nenhuma tentativa de volta rápida, desempatando o jogo das «poles» a seu favor (8-7). O alemão atrapalhou-se sempre com a última curva… «A volta do Lewis foi muito rápida, seria sempre difícil de bater, mas voltei a cometer um erro na última curva, algo não estava bem ali, o carro fugia sempre de frente. Mas largar de 2.º lugar não quer dizer que a vitória não seja possível amanhã, já o vimos este ano», disse o alemão.
Surpresa atrás dos Mercedes porque, ao contrário do que os treinos de sexta-feira tinham indicado, foram os Red Bull a assumirem-se como os seus principais adversários e não os Ferrari! E Max Verstappen fez uma grande qualificação, conseguindo até pressionar Nico Rosberg! «Não estamos muito longe deles, vai ser uma corrida interessante», dizia Max Verstappen. «Todo o fim-de-semana tem sido muito positivo, fizemos algumas modificações após Singapura que têm funcionado».
Na luta dos Ferrari, atrás dos dois Red Bull, Vettel lá conseguiu, por fim, bater Raikkonen, mesmo que por escassos 5 centésimos. Numa qualificação aos pares, seguiram-se as boas prestações dos Force India, com Sergio Perez a ser o melhor e a confirmar no final da qualificação que continuará mesmo na equipa na temporada de 2017. Um esforço nos derradeiros segundos dos dois pilotos da Force India relegou um excelente Jenson Button para 9.º. Tempos da qualificação:
Pos | Piloto | Equipa | Q1 | Q2 | Q3 |
---|---|---|---|---|---|
01 | Lewis Hamilton | Mercedes | 1:34.444 | 1:33.046 | 1:32.850 |
02 | Nico Rosberg | Mercedes | 1:34.460 | 1:33.609 | 1:33.264 |
03 | Max Verstappen | Red Bull | 1:35.443 | 1:33.775 | 1:33.420 |
04 | Daniel Ricciardo | Red Bull | 1:35.079 | 1:33.888 | 1:33.467 |
05 | Sebastian Vettel | Ferrari | 1:34.557 | 1:33.972 | 1:33.584 |
06 | Kimi Raikkonen | Ferrari | 1:34.556 | 1:33.903 | 1:33.632 |
07 | Sergio Perez | Force India | 1:35.068 | 1:34.538 | 1:34.319 |
08 | Nico Hulkenberg | Force India | 1:34.827 | 1:34.441 | 1:34.487 |
09 | Jenson Button | McLaren | 1:35.267 | 1:34.431 | 1:34.518 |
10 | Felipe Massa | Williams | 1:35.267 | 1:34.422 | 1:34.671 |
11 | Valtteri Bottas | Williams | 1:35.166 | 1:34.577 | |
12 | Romain Grosjean | Haas | 1:35.400 | 1:35.001 | |
13 | Esteban Gutierrez | Haas | 1:35.658 | 1:35.097 | |
14 | Kevin Magnussen | Renault | 1:35.593 | 1:35.277 | |
15 | Daniil Kvyat | Toro Rosso | 1:35.695 | 1:35.369 | |
16 | Carlos Sainz | Toro Rosso | 1:35.605 | 1:35.374 | |
17 | Marcus Ericsson | Sauber | 1:35.816 | ||
18 | Felipe Nasr | Sauber | 1:35.949 | ||
19 | Jolyon Palmer | Renault | 1:35.999 | ||
20 | Esteban Ocon | Manor | 1:36.451 | ||
21 | Pascal Wehrlein | Manor | 1:36.587 | ||
22 | Fernando Alonso | McLaren | 1:37.155 |
O Grande Prémio da Malásia será composto por 56 voltas ao traçado de Sepang e arrancará às 8 horas de Portugal Continental e Madeira.