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G.P. do Azerbaijão – Hamilton esmagador já só está a duas de Schumacher!

Com uma «volta-canhão» mesmo no último segundo, daquelas que poucos conseguem fazer na F1 actual, Lewis Hamilton avançou nas estatísticas das «pole positions», ficando apenas a duas do recorde absoluto de 68, de Michael Schumacher! E largará, amanhã, na frente para o G.P. do Azerbaijão, numa primeira linha toda Mercedes, após uma qualificação que fez lembrar… os últimos três anos e o domínio esmagador dos «flechas de prata»!

Desta feita, os Ferrari não conseguiram andar nem perto dos Mercedes, mas muita da explicação estará no motor… Apesar de estarmos numa pista citadina, o facto de 67% do traçado se feito a fundo e de a meta estar no final de uma secção de 2 km feita de «pé na tábua» privilegia a potência. Estarem os seis carros com motores Mercedes nas nove primeiras posições não há-de ser uma coincidência…

Mas ninguém como Hamilton andou nas ruas de Baku! Num derradeiro esforço feito sob uma enorme pressão, o tricampeão do Mundo não só bateu por 0,434 s o colega de equipa que parecia embalado para a segunda «pole», como tirou dois segundos ao melhor tempo feito no ano passado: no Q2, Nico Rosberg rodara em 1.42,5, melhor do que o tempo que lhe daria depois a «pole»! Mais uma grande actuação de Hamilton que, face à vantagem que mostrou ter sobre os Ferrari, tem tudo para recuperar terreno a Vettel no Mundial. Quem sabe, até, «roubar-lhe» o comando…

No Q1, Lewis Hamilton apareceu majestoso, a ser o primeiro a baixar da barreira do segundo 42 e a enviar um claro recado a todos os adversários, ao deixar o segundo, Verstappen, a quase seis décimos… E, de repente, a situação pareceu levar uma reviravolta na Mercedes, com Bottas a ficar na mó de baixo e a ter dificuldades em fazer um tempo, a mais de um segundo de Hamilton! Com claro défice de velocidade, os dois McLaren ficaram de fora (também iriam sempre partir do final, com as penalizações que têm…), juntamente com o Haas de Grosjean que, misteriosamente, não consegue resolver os problemas de travões, o Sauber de Ericsson e o Renault de Palmer que nem chegou a ir para a pista, depois do princípio de incêndio do treino da manhã.

E quando se pensava que Hamilton já tinha forçado bastante, o piloto da Mercedes tirou mais… sete décimos ao seu tempo no Q2 reforçando o seu favoritismo, embora tendo já Bottas a fazer jogo quase igual, a apenas dois décimos! Nesta fase já apareceu Vettel com o 3.º tempo, mas a seis décimos de Hamilton, dando a ideia de que a «pole» seria assunto a discutir entre os homens da Mercedes… Destaque para mais uma fabulosa volta de Lance Stroll a bater Felipe Massa e a passar ao Q3 com um sólido 7.º tempo, numa pista que desconhecia em absoluto. De fora ficaram os dois Toro Rosso – Sainz foi 12.º mas largará de 15.º devido à penalização de três lugares que traz do Canadá –, o Renault de Hulkenberg, o Haas de Grosjean e o Sauber de Wehrlein.

Os Mercedes estiveram, de facto, inalcançáveis no Q3 e Bottas venceu o primeiro duelo com Hamilton que falhou a última verdadeira curva da pista, alargando demasiado e perdendo velocidade na longa zona de 2 km a fundo… Os Ferrari não só não os acompanhavam como Raikkonen era batido por Verstappen e Vettel era relegado para 6.º passado até pelo Force India de Ocon! Até que a sessão foi interrompida, devido ao despiste de Daniel Ricciardo quando fazia a sua segunda tentativa. Ficavam apenas três minutos e meio para um final de «suspense»!

Era, contudo, pouco tempo para as duas voltas que os Mercedes precisavam para aquecer os pneus antes de poderem fazer uma verdadeira tentativa cronometrada. Bottas foi à frente, com Hamilton a vigiá-lo de perto, o finlandês baixou o seu tempo em dois décimos mas o britânico… «esmagou» e entrou segundo 20 dentro, batendo o colega de equipa por quatro décimos! «Foi uma das mais excitantes voltas do ano! Sempre sob enorme pressão, pois tinha cometido um erro na primeira vez, era tudo ou nada!», contou Hamilton. «Mas a volta foi evoluindo, via o Valtteri à minha frente, percebia que ele estava a fazer uma boa volta e só pedia que a minha acabasse melhor… É assim que uma qualificação deve ser! E não posso esquecer a equipa que voltou a fazer um grande trabalho, colocando-nos em pista na altura certa».

Ao fim de várias sessões de treino em que esteve sempre um nível acima do colega de equipa, Valtteri Bottas não esperava por este «contra-ataque» e não se mostrava muito contente por, claramente, estar à espera da sua segunda «pole». «Foi desapontante, ia para a ‘pole’ mas a volta não foi perfeita, lutei com a falta de temperatura nos pneus e o Lewis fez uma grande volta. Estou desiludido com 2.º lugar, mas não é muito mau…». E, do lado bom para si, tem sempre a enorme diferença que os dois Mercedes «cavaram» para os Ferrari!

Um segundo para Hamilton, sete décimos para Bottas, foi a distância a que ficou Raikkonen… «Tem sido difícil pôr os pneus na temperatura certa…», lamentou-se o finlandês da Scuderia. «Felizmente o último jogo deu-me um melhor ‘feeling’ e permitiu-me ir rápido, mas estamos muito longe dos Mercedes…». Raikkonen conseguiu, pelo menos, bater o colega de equipa e amanhã veremos se sempre é verdade que se poderá bater à vontade com Vettel por lugares na corrida. O alemão estava desencantado, depois de lhe terem montado um motor já usado no seu Ferrari, resolvendo assim o problema no sistema hidráulico que lhe custara 20 minutos do treino da manhã. «Não estou totalmente contente… O que sucedeu esta manhã não ajudou, mas não serve de desculpa. Podia ter feito melhor, mas nunca iria além do 3.º tempo».

Quem também achava que poderia ter feito o 3.º tempo era Max Verstappen que acabou em 5.º, depois de ter dominado as duas sessões de sexta-feira. E elogiou as evoluções introduzidas pela Renault no seu motor: «Fizemos progressos, sem dúvida, sinto o motor mais potente. Hoje acho que poderia ter conseguido o terceiro lugar na grelha, mas na última volta, no Q3, a caixa perdeu o sincronismo e isso custou-me muito tempo. Isso, mais os problemas do motor a cortar antes do limitador no Q2, são tudo coisas que temos de resolver».

Boa qualificação também dos dois Force India, a aproximarem-se cada vez mais dos Red Bull e, claro, uma grande actuação do jovem Lance Stroll, a bater até Felipe Massa e, mais uma vez, a calar os «haters» que acham que só está na F1 por ser um menino rico… «Foi um grande dia para mim, senti-me muito confiante com o carro e com a pista. Falhei um pouco a volta do Q3, comparando com a do Q2, por a temperatura da pista ter caído. Sempre que entro no carro ganho experiência, mas este fim-de-semana voltámos às afinações que tínhamos no início do ano, quando éramos mais competitivos. E o Canadá ajudou-me bastante a nível da confiança». Tempos da qualificação:

Azer5

O primeiro Grande Prémio do Azerbaijão – há um ano foi anacronicamente denominado G.P. da Europa… – arrancará amanhã, às 14 horas de Portugal Continental e Madeira, sendo composto por 51 voltas a um dos mais longos traçados do Mundial de F1, com um perímetro de 6,003 km. Que deverá ser feita apenas com uma paragem nas «boxes» e… por ser obrigatória, pois a dureza dos pneus é tal face às exigências que, se calhar, os macios conseguiriam durar toda a prova!

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