Foi um final bastante intenso, com Vettel a aproximar-se mais do que parecia possível de um tempo fabuloso antes estabelecido por Lewis Hamilton, mas não chegou e o piloto da Mercedes vai mesmo partir, amanhã, para o G.P. dos Estados Unidos da «pole position». Será a sua 72.ª, num recorde que continua a esticar e que não se vê onde irá acabar…
Pelo caminho, Hamilton apossou-se de mais um daqueles recordes «impossíveis» de Michael Schumacher, tornando-se o piloto com mais partidas da primeira linha da grelha (117), seguido do heptacampeão alemão (116), Senna (87), Prost (86) e Vettel (81). «A pista estava muito difícil por causas dos ventos cruzados e fortes, mas vamos ter uma grande corrida», comentou o piloto da Mercedes pouco depois de sair do carro.
A superioridade dos Mercedes e Ferrari foi tal que lhes permitiu encarar tranquilamente o Q1 com pneus supermacios, enquanto todos os outros tinham de gastar um jogo de ultramacios, com Hamilton a ser o mais rápido. Fora do Q2 ficaram os dois Sauber (mas com Ericsson em 16.º), Lance Stroll que se queixou de problemas no motor Mercedes na traseira do seu Williams, Hartley na sua primeira qualificação na F1 (e sem grande importância pela forte penalização) e um Magnussen que foi a grande desilusão do dia, lento e a cometer um erro grosseiro a tapar Perez que estava numa volta rápida.
Quando o Q2 começou já a Renault avisara que Hulkenberg não iria rodar, por não valer a pena estar a desgastar mais material, quando tinha 20 lugares de penalização para cumprir… Os Mercedes «abriram a goela» aos motores e mostraram em toda a plenitude o seu potencial qualificativo, deixando os Ferrari… vermelhos de raiva. Hamilton e Bottas entraram pelo segundo 33, o que apenas Raikkonen conseguiu num esforço final, ficando a quatro décimos de Hamilton que estabelecera novo recorde da pista, com 1.33,437.
Ricciardo já estava a mais de um segundo e só bateu o colega de equipa por dois décimos, pouco dado que Verstappen, inteligentemente, fez o Q2 com supermacios, garantindo que largará amanhã, lá de trás, com pneus mais resistentes. A luta no segundo grupo foi tremenda e só nos segundos finais ficou definido que os dois Force India, Sainz e Alonso seguiam para o Q3, com Massa a ser despromovido mesmo no final, juntando-se a Kvyat, Vandoorne e Grosjean
Chegava-se ao momento de todas as decisões e os Mercedes foram os primeiros a ir para a pista com Hamilton a arrancar um 1.33,1 e a bater Bottas por 0,46 s. Vettel só conseguia o 3.º tempo a 0,76 s, mas Raikkonen seria mais rápido, embora a 0,74 de Hamilton. Que tinha o segundo 32 ao alcance da mão e era demasiado tentador… para não tentar!
Mas a segunda «rodada» acabou por ser mais saborosa para a Ferrari e, sobretudo, para Vettel que não só conseguiu separar os dois Mercedes que não melhoraram os seus tempos, como garantiu um lugar na primeira linha da grelha, reduzindo a diferença para uns aceitáveis 0,23 s. «Havia vento de frente na curva 1 e, ao longo do encadeamento de curvas rápidas, o vento estava pelas costas e sempre a mudar de direcção ao longo da volta», explicou Hamilton. «Mas é também por isso que adoro esta pista, é um circuito fantástico, em especial com estes carros!». Que lhe permitiram «rapar» quase 1,9 s à sua «pole» de 2016…
Quanto à eventual decisão do título já na corrida de amanhã, Hamilton (que sempre desvalorizou essa hipótese) mostrou-se muito céptico: «Era preciso que o Sebastian cometesse um erro muito disparatado, o que é improvável porque se trata de um tetracampeão do Mundo, por isso acho que a luta se prolongará pelas próximas corridas».
Vettel, por seu turno, mostrava-se satisfeito, quase aliviado, com o 2.º tempo, depois de um fim-de-semana em que enfrentou vários problemas que culminaram com a troca de chassis: «No final fiquei muito satisfeito, mas o vento colocou-nos alguns problemas. Mas consegui fazer uma boa volta quando era importante e largar da primeira linha pode ser crucial porque acho que temos um excelente ritmo de corrida. É verdade que, em qualificação, temos estado sempre um pouco atrás, ao longo do ano, mas a corrida de amanhã é que conta e deveremos ter um bom dia».
No dia em que parece ter recuperado a sua boa forma, Bottas dizia-se «desiludido por ter andado perto do Lewis e ter ficado sem o 2.º lugar mesmo no final». Ricciardo ainda bateu Raikkonen pelo 4.º posto na grelha, enquanto Verstappen terá de dar o seu 6.º posto a Ocon que foi o melhor do segundo pelotão, a bater um Carlos Sainz que teve uma estreia em grande pela Renault, garantindo uma largada do 7.º lugar. Tempos da qualificação:
A grelha de partida para a corrida de amanhã será bastante diferente da ordem dos tempos da qualificação, com as penalizações distribuídas por vários pilotos: 15 lugares para Verstappen, 10 para Vandoorne, 20 para Hulkenberg, 25 para Hartley. As 56 voltas do G.P. dos Estados Unidos começarão quando forem 20 horas em Portugal Continental e Madeira.