Foi em Silverstone que, há pouco mais de 65 anos (completados em Maio), nasceu o Mundial de Fórmula 1. Na altura, o que fora uma base aérea aliada da II Guerra Mundial, servia de palco para o primeiro campeonato que reunia as corridas de F1 que já nos anos anteriores se disputavam. O circuito então desenhado, aproveitando as estradas em torno da pista de aviação, já era uma pista muito rápida, com o autor da melhor volta da corrida (Giuseppe Farina, em Alfa Romeo) a fazer média de 153 km/h! Em 1950!
Ainda hoje, e após muitas e caras obras que o tornaram quase irreconhecível, mas elevando-o ao «clube» dos mais avançados do Mundo, o circuito de Silverstone continua a ser muitíssimo rápido, não só pelas rectas longas de que dispõe (Hangar Straight é o melhor exemplo), mas também pelas inúmeras curvas muito rápidas, em especial o encadeamento de Becketts. Um traçado onde as ultrapassagens são relativamente fáceis, para mais ajudadas pelo sistema DRS activável nas duas rectas mais extensas.
São precisamente estas características que fazem de Silverstone uma pista potencialmente à medida dos Mercedes que, ao motor mais potente, juntam o chassis mais equilibrado, eficaz e fácil de controlar. Salvo alguma surpresa verdadeiramente inesperada (ou um erro de pilotos ou equipa), dificilmente a corrida deixará de ser discutida pelos dois homens da Mercedes, com Lewis Hamilton a querer regressar às vitórias em frente aos milhares de fãs. Mas a sua luta com Nico Rosberg pela liderança do Mundial está ao rubro (10 pontos a separá-los) e o alemão «avisou» que aprendeu muito sobre a afinação para Silverstone nos testes efectuados após o G.P. da Áustria.
Pela amostra na Áustria, os Williams poderão ameaçar ainda mais os Ferrari, na luta do(s) restante(s) lugar(es) do pódio, havendo ainda alguma curiosidade em torno da versão B do Force India VJM08 que se mostrou muito rápida nos testes. E para a Force India esta é, positivamente, uma corrida do outro lado da rua! Do lado das duas equipas «taurinas) (Red Bull e Toro Rosso) há sempre a dúvida quanto ao comportamento dos motores Renault, mas Daniel Ricciardo mostrou-se esperançado em que as características de Silverstone «vão ao encontro» das qualidades do RB11.
«Escaldada» com os problemas surgidos em 2013 – diversos rebentamentos de pneus –, a Pirelli passou a jogar pelo seguro em Silverstone, repetindo a escolha de 2014, com as misturas mais resistentes, a média (branca) e a dura (laranja). Os tais encadeamentos de curvas rápidas exercem «os mais elevados esforços laterais em toda a época, muito violentos tanto para a estrutura do pneu como para a borracha», segundo o director desportivo da Pirelli, Paul Hembery, que prevê: «Deveremos ter uma ou, mais provavelmente, duas trocas de pneus, em especial se as condições se mantiverem tão quentes quanto se espera».
Obviamente que, estando em Inglaterra, a possibilidade de a chuva aparecer não deve ser menosprezada, obrigando a atenção redobrada, na qualificação como na corrida. Os treinos livres para o G.P. da Grã-Bretanha realizam-se na 6.ª feira, às 10 e às 14 horas de Portugal Continental, e no sábado às 10 horas. A qualificação tem lugar às 13 horas de sábado e a corrida (52 voltas) às 13 horas de domingo.