A Lotus está a passar por uma fase de tremendas dificuldades e a demora nas negociações da sua compra por parte da Renault não está a ajudar nada. Daí que Romain Grosjean tenha desabafado que o seu 10.º lugar na grelha para o G.P. da Hungria tenha sido «um milagre!».
A história conta-se rapidamente: deixou de entrar dinheiro, as dívidas aos fornecedores acumulam-se e, no primeiro dia de treinos, a Pirelli recusou-se mesmo a entregar pneus à Lotus! Só um pagamento feito a 50 minutos do início do primeiro treino permitiu que a equipa recebesse os pneus para entrar em pista com dez minutos de atraso... E o desenvolvimento do E23 Hybrid, que tanto prometia, é algo que está totalmente congelado. «O nosso carro já sofre de envelhecimento, estamos a fazer milagres com os nossos engenheiros e hoje, como diria o meu filho, guiei bem o popó!», comentou Grosjean.
O francês procura manter o espírito positivo: «Tenho a sorte de fazer da minha paixão a minha profissão, não me posso queixar. Não estamos nas condições das equipas da frente e é verdade que, depois da semana que tivemos, é melhor desfrutarmos do presente». Mas não deixa de explicar o que se passa no seio da Lotus: «A equipa está prestes a ser comprada e, neste ponto, ninguém cá põe dinheiro. Todos estão à espera de ver o que se vai passar».
Sem papas na língua, Grosjean expõe claramente a situação, defendendo sempre os elementos criativos da escuderia de Enstone: «O desenvolvimento do carro não foi tão bom quanto esperávamos, mas a qualidade das pessoas de Enstone não pode ser posta em causa. Temos muitas e boas ideias no papel, mas não temos possibilidades de as levar para as pistas. O que é frustrante para todos. Porque, no início do ano, tínhamos progredido imenso face ao ano passado mas, depois, devíamos ter continuado a evoluir».